O youtuber e humorista Felipe Bressanim Pereira, conhecido como Felca, publicou na última quarta-feira (6) um vídeo de 50 minutos denunciando a adultização e a sexualização de crianças e adolescentes. No conteúdo, ele acusa o influenciador paraibano Hytalo Santos de explorar menores, usando como exemplo a influenciadora Kamyla Santos, de 17 anos. A denúncia repercutiu e, dois dias depois, as contas de Hytalo e Kamyla no Instagram ficaram fora do ar no Brasil.
Segundo o Ministério Público da Paraíba, desde 2024 existe um inquérito criminal em andamento contra Hytalo por suspeita de exploração de menores, conduzido por promotores de Bayeux e João Pessoa. O órgão informou que não solicitou a retirada dos perfis, mas confirmou que as investigações seguem ativas.
Felca, de 27 anos, é natural de Londrina (PR) e acumula mais de 4,3 milhões de inscritos no YouTube e 6,5 milhões de seguidores no Instagram. No vídeo, ele apresenta casos de exposição sexualizada de menores, com destaque para Hytalo, a quem atribui criar um ambiente inapropriado para adolescentes, incluindo festas com consumo de álcool. Entre os exemplos, citou Kamyla, que começou a aparecer nos conteúdos aos 12 anos e, segundo ele, foi adultizada ao longo dos anos, com publicações que apelam sexualmente a parte do público.
O youtuber classificou as práticas como um “circo macabro” e acusou Hytalo de lucrar com publicidade, citando o jogo de apostas “Tigrinho”. Contou que, durante a apuração, passou a seguir perfis ligados ao caso e foi acusado de curtir publicações de menores, o que nega. Disse que processou mais de 200 pessoas e que pretende doar as indenizações a instituições de caridade.
Hytalo, natural de Cajazeiras (PB), tem mais de 12 milhões de seguidores no Instagram e 5 milhões no YouTube. É conhecido por reunir jovens e adolescentes na chamada “Turma do Hytalo”, gravando conteúdos que lembram reality shows. Kamyla, emancipada aos 16 anos, tinha cerca de 11 milhões de seguidores antes da suspensão da conta.
A repercussão levou políticos a se manifestarem. O deputado Nikolas Ferreira (PL-MG) declarou apoio a Felca, enquanto a deputada Erika Hilton (PSOL-SP) disse ter reforçado a denúncia junto à Polícia Federal. Hashtags sobre o caso dominaram os trending topics, com parte do público defendendo a suspensão dos perfis e outros cobrando mais transparência do Instagram.
COMO DENUNCIAR
O crime de estupro contra vulnerável está previsto no artigo 217-A do Código Penal, com pena de 8 a 15 anos de prisão, podendo chegar a 30 anos em caso de morte da vítima. Denúncias de abuso e exploração sexual de menores podem ser feitas pelo telefone 180 ou, em emergências, pelo 190.
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