A vereadora Enfermeira Marisleidy se posicionou oficialmente a respeito do processo administrativo aberto contra ela pelo Partido da Mulher Brasileira (PMB), legenda o qual é filiada. Durante o pequeno expediente na sessão ordinária desta quarta-feira (06), na Câmara Municipal de Ponta Grossa, a vereadora classificou a situação como uma “falta de respeito”.
O processo disciplinar aberto pelo PMB, nessa terça-feira (05), procura investigar possível quebra de fidelidade partidária. O fundamento inicial apresentado foi que Marisleidy teria infringido alguns artigos do Estatuto Nacional do PMB, ao votar contrário ao projeto de reajuste da Planta Genérica de Valores. Em nova nota, a entidade diz que o processo se deve a “conflitos internos com a antiga Comissão Provisória Municipal”.
Mais notícias: Agepar consulta população sobre riscos em contratos de saneamento
Em sua fala disse que não houve conversa com o partido a respeito do voto contrário ao projeto de atualização da PGV e classificou a situação como uma falta de respeito. “Sou diplomada vereadora, tenho a cadeira e tenho o mandato. Foi uma falta de respeito que o partido teve comigo porque, em momento algum, vieram conversar comigo a respeito dos meus votos e das minhas decisões dentro dessa casa”, diz a vereadora.
Marisleidy, reforçou o discurso da liberdade de votar conforme as demandas da população. Ela também voltou a classificar a situação como perseguição política, assim como em um primeiro posicionamento nas redes sociais.
“Vivemos em um país democrático, onde a liberdade de expressão, ao menos no papel, ainda existe e me vejo com liberdade para tomar as minhas decisões baseadas naquilo que a sociedade tem de necessidade. E não vai ser por pressão política, não vai ser por conclave partidário e não vai ser por jogo de interesses, que a minha opinião vai mudar. Eu sempre vou estar do lado do povo”, diz a vereadora.
Na mesma sessão ordinária, vários vereadores também manifestaram apoio à situação da vereadora, como Geraldo Stocco (PV), Professor Careca (PV), Dr. Erick (PV), Joce Canto (PP), Pastor Ezequiel (DC), líder do governo.

O que o partido diz
Com exclusividade, o Portal BnT entrevistou o secretário-geral estadual do PMB Paraná, Marcelo Borges de Sampaio, no início da tarde desta quarta-feira (06). Em sua fala, Marcelo reforçou que o processo não está ligado ao voto contrário da vereadora ao projeto do IPTU e, sim, com questões conflitos administrativos.
“São inverdades que a vereadora está passando. A vereadora nunca quis ouvir as diretrizes do partido, não segue a linha das diretrizes partidárias. […] O processo por infidelidade partidária é exatamente por ela se declarar que ela é independente, que ela não depende do partido para nada”, diz Sampaio.
Marcelo reforçou que o processo está em fase incipiente e que o partido está em fase de avaliação documental. Após a conclusão dessa etapa, ela será notificada e terá cinco dias para apresentar sua defesa. Caso as denúncias não se confirmem, o processo será arquivado. Se confirmadas, o caso será encaminhado ao Conselho de Ética, que poderá aplicar sanções e comunicar a Justiça Eleitoral.
O cartório de Ponta Grossa fará a análise inicial e, se necessário, o processo seguirá para o Tribunal Regional Eleitoral (TRE-PR), onde será decidido se a vereadora ainda se enquadra como filiada.
As punições possíveis incluem suspensão do mandato por até 12 meses ou expulsão do partido, o que poderá levar à perda do mandato, já que, segundo o dirigente, o cargo pertence à legenda.
Assista ao vivo com os jornalistas Vinicius Sampaio e Marcos Silva.




Add Comment