Durante a sessão de segunda-feira (25), o vereador de Arapoti, Cleyton Dionathas Garcia, fez uma denúncia sobre casos de violência obstétrica na Marternidade do Hospital Municipal 18 de dezembro. O caso ganhou fala no Legislativo, após casos de pressões psicológicas exercidas sobre gestantes para a realização de partos cesáreos.
Após, a primeira fala durante a sessão desta semana, o vereador mencionou que iria passar um depoimento sobre o caso, mas o presidente da Câmara, Maicon Jean Pot, inicialmente alegou que não era possível colocar, por expor imagem de alguém. Segundo Cleyton, a sessão foi pausada e depois de muita briga, o vídeo foi colocado com finalização da fala do vereador.
Em sua fala na Câmara, Cleyton destaca que “iniciei as investigações após diversos relatos de pacientes e familiares que indicaram que profissionais da saúde da unidade hospitalar, tem supostamente induzido gestantes de forma insistente e sem justificativas médicas, a optarem por cesarianas”. Acompanhe o relato completo do documento da denúncia abaixo:
Denúncia no Ministério Público
Como mencionado, o vereador Cleyton já protocolou no Ministério Público, a denúncia, onde diz que as pacientes são induzidas a optarem por parto de cesárea. A reportagem do Portal Boca no Trombone teve acesso ao documento. Ele destaca que “recebi relatos de pacientes e familiares que indicam que profissionais de saúde da referida unidade hospitalar têm supostamente induzido gestantes, de forma insistente e sem justificativas médicas plausíveis, a optarem por cesarianas, desconsiderando o desejo das mulheres pelo parto normal, bem como diretrizes do Ministério da Saúde e da Organização Mundial da Saúde que priorizam o parto vaginal sempre que possível”.
No documento, o vereador aponta que entre os relatos das pacientes constam “comentários intimidatórios e alarmistas direcionados às gestantes, sugerindo riscos irreais à saúde da mãe ou do bebê caso não aceitem a cesariana; ausência de apresentação de alternativas e explicações técnicas claras às gestantes; e também impedimento de acompanhante durante o trabalho de parto em alguns casos”. Vale destacar que o documento está com mensagens e relatos de diversas mulheres.
Requerimento
No semestre passado, o vereador também abriu na Câmara, o requerimento n° 54/2025, que solicitava quantos partos normais e quantas cesárias foram realizados no município desde a reabertura do Hospital 18 de Dezembro em 2023. A resposta, foi que até março, 77 eram de partos normais e 326 de partos cesarianas.
Casos anexados à denúncia
Dos relatos, um deles destaca que “fui pra ganhar minha bebê estava com dilatação ela já estava encaixada. Um doutor que estava de plantão falo que eu iria ganhar ela normal. Mas, aí ligaram para o outro doutor da cesariana e eu tive que infelizmente fazer cesária”.
O outro detalha “aconteceu comigo também, já na minha consulta o médico disse que não iria fazer meu parto normal, que iria fazer cesária. E minha outra médica disse que estava tudo certo poderia ter normal sim, aí não tive minha filha aqui”.
Posicionamento
A reportagem entrou em contato com a secretária de saúde do município, Andréa Cristina da Silva, para um posicionamento sobre a situação denunciada pelo vereador Cleyton, mas até o momento não obteve resposta.
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