Um detento de 39 anos foi encontrado desacordado após ser violentamente espancado na Penitenciária Estadual de Ponta Grossa II (PEPG II), localizada na Colônia Dona Luiza. O caso ocorreu na manhã de sexta-feira (29) e foi confirmado pela Polícia Penal do Paraná, que descreveu o episódio como um “desentendimento entre custodiados”.
No entanto, familiares da vítima, identificada como Eder de Almeida, relatam que o caso foi ainda mais grave do que o informado. Segundo denúncia feita ao Portal BnT Online, teria havido uma tentativa de encobrir a agressão como suicídio, além da falta de informações oficiais por parte das autoridades e o vazamento de dados sensíveis por aplicativos de mensagem.
Detento segue internado sem informações à família
De acordo com informações apuradas pela reportagem, Eder foi encontrado inconsciente dentro da penitenciária e precisou de atendimento emergencial. O SAMU de Ponta Grossa foi acionado com ambulância avançada e encaminhou o preso em estado grave ao Hospital Universitário Regional dos Campos Gerais (HU-UEPG), em Uvaranas.
Desde então, segundo os familiares, não houve atualizações médicas por parte da instituição de saúde ou do sistema prisional. “Disseram no hospital que só com ordem judicial poderíamos saber do estado de saúde dele”, afirma Thais, sobrinha do detento.
Ela também relatou que a filha de Eder, menor de idade, está em forte crise emocional, sem saber se poderá vê-lo com vida novamente.
Circulação de áudios e imagens por WhatsApp gera revolta
Enquanto a família aguardava respostas, áudios e fotos do preso internado passaram a circular em grupos de WhatsApp, segundo Thais. As gravações, atribuídas a um agente envolvido na escolta hospitalar, expõem o nome completo da vítima e sugerem que ele teria sido espancado por integrantes de facção rival. “Arregaçaram ele de pau”, diz um dos trechos.
Thais questiona por que a família não tem acesso a informações oficiais sobre o estado de saúde de Eder, enquanto agentes de segurança divulgam fotos e áudios pelo WhatsApp. “Não temos mais notícias de nada; se fizeram tomografia e como será daqui para frente. Só sabemos que é grave”,
Denúncia inclui tentativa de forjar suicídio
A sobrinha afirma que outros detentos relataram à família que Eder foi encontrado amarrado, despido e prestes a ser enforcado, em uma suposta tentativa de encobrir a violência como suicídio. Segundo Thais, já havia alertas à carceragem sobre os riscos que ele corria. “Já tinham avisado para tirá-lo daquela galeria, mas não deram importância”, afirma.
Ela diz que o grupo rival “tinha medo dele e acabou se juntando para matá-lo”. Para a sobrinha, a intenção dos agressores era ainda mais grave: “A intenção era colocar ele enforcado na grade para dizerem que tinha se matado, mas, graças a Deus, não deu tempo”.
Respostas das autoridades
O Portal BnT Online entrou em contato com o Hospital Universitário e com o Departamento de Polícia Penal (DEPEN), solicitando esclarecimentos sobre os protocolos adotados para atendimento a pacientes sob custódia e sobre a conduta dos servidores envolvidos na divulgação de informações sensíveis. Até o momento, não houve retorno.
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