No cenário político brasileiro, o ex-presidente Jair Bolsonaro enfrenta um momento conturbado, sendo considerado inelegível e réu por tentativa de golpe de Estado em 2022. Em uma manifestação pública realizada nesta segunda-feira, 7 de agosto, o ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, utilizou suas redes sociais para expressar apoio ao brasileiro, descrevendo-o como vítima de uma “perseguição”.
Trump, através de sua plataforma Truth Social, criticou a forma como o Brasil tem tratado Bolsonaro, afirmando que é “algo terrível”. O ex-presidente americano se posicionou sem citar diretamente os processos judiciais que estão sendo movidos contra Bolsonaro no Supremo Tribunal Federal (STF), onde ele responde por acusações relacionadas à tentativa de desestabilização do governo após a derrota nas eleições para Luiz Inácio Lula da Silva.
O republicano fez questão de ressaltar que irá acompanhar de perto os desdobramentos da situação no Brasil, assegurando que Bolsonaro “não é culpado de nada” e advertindo que o povo brasileiro não tolerará o tratamento imposto ao seu ex-presidente. Ele mencionou que existe uma “caça às bruxas” não apenas contra Bolsonaro, mas também contra sua família e seus apoiadores.
Recentemente, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) decidiu tornar Jair Bolsonaro inelegível por um período de oito anos devido a abuso de poder político e uso indevido de meios de comunicação. A decisão se baseou na realização de uma reunião com embaixadores estrangeiros no Palácio da Alvorada, onde foram feitas afirmações infundadas sobre o sistema eleitoral do país. Essa reunião, ocorrida em julho de 2022 e transmitida pela televisão oficial do governo, foi considerada uma ação com motivações eleitorais.
Atualmente, Eduardo Bolsonaro, filho do ex-presidente e licenciado do cargo de deputado federal desde março, reside nos Estados Unidos. Ele tem utilizado suas redes sociais para alegar ser alvo de perseguição política no Brasil. Segundo informações da Procuradoria-Geral da República (PGR), Eduardo estaria articulando para que sanções fossem impostas por autoridades americanas contra membros do STF. Ele está sob investigação por sua atuação nos EUA visando pressionar autoridades brasileiras.
A situação legal de Jair Bolsonaro complicou-se ainda mais em março deste ano, quando a Primeira Turma do STF decidiu unanimemente torná-lo réu junto a outros sete aliados políticos por tentativas de golpe. Durante seu depoimento no dia 10 de junho, Bolsonaro negou as acusações principais e tentou contextualizar suas interações com militares, admitindo exageros na retórica contra o sistema eleitoral, mas afirmando não ter participado de planos ilegais.
No dia 27 de junho, a ação penal que investiga a participação política e operacional na tentativa golpista avançou para a fase final no STF. O relator do caso, ministro Alexandre de Moraes, determinou a abertura das alegações finais, permitindo que as partes envolvidas apresentem suas considerações antes do julgamento.
Até o momento, 497 pessoas foram condenadas pelo STF por tentativas de golpe em 2022. A maioria enfrentou condenações relacionadas à abolição violenta do estado democrático de direito e associação criminosa. Oito indivíduos foram absolvidos.
Além disso, Trump recentemente também expressou apoio ao primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu, criticando os promotores responsáveis pelos processos judiciais contra ele. Essas declarações geraram reações intensas na política israelense, sendo vistas como uma intromissão no sistema judiciário local.
Leia também Parceria entre Brics aumenta produção de medicamentos e vacinas
Add Comment