Durante a inauguração de uma nova etapa da fábrica de hemoderivados da Hemobrás, nesta quarta-feira (14), o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, classificou como “absurda” a sanção imposta pelos Estados Unidos a dois profissionais brasileiros ligados ao programa Mais Médicos. Em um discurso contundente, Padilha apontou o presidente norte-americano Donald Trump como um “inimigo da saúde”, criticando sua política de desmonte da cooperação internacional na área.
Sanção a profissionais brasileiros
O Departamento de Estado dos EUA anunciou, na última terça-feira (13), a revogação dos vistos de Mozart Sales e Alberto Kleiman, além de familiares. Segundo o governo norte-americano, ambos teriam colaborado com o programa Mais Médicos, implementado em parceria com a Organização Pan-Americana da Saúde (Opas), e seriam cúmplices de “trabalho forçado” promovido pelo governo cubano.
Mozart é atual secretário de Atenção Especializada à Saúde do Ministério da Saúde, e Kleiman, ex-assessor de Relações Internacionais da pasta, hoje coordena a COP30, que será sediada no Brasil.
Trump e o “ataque à saúde mundial”
Padilha acusou Trump de protagonizar um movimento global de perseguição à ciência e à saúde pública. “Estamos enfrentando não só o tarifaço. Estamos enfrentando a figura do presidente atual dos EUA, um inimigo da saúde”, afirmou.
O ministro também lembrou que o presidente dos EUA cortou recursos da Organização Mundial da Saúde (OMS), interrompeu contratos de produção de vacinas e desestimulou pesquisas científicas, o que estaria levando profissionais a deixarem os EUA rumo a instituições brasileiras como a Fiocruz e a própria Hemobrás.
Em defesa do programa, Padilha exaltou os resultados e reforçou o impacto na formação de médicos brasileiros. “Tenho orgulho do que vocês fizeram. O Mais Médicos abriu oportunidade para jovens entrarem na faculdade de medicina e hoje temos mais de 28 mil profissionais atuando, 95% deles brasileiros”, disse.
Nas redes sociais, Mozart Sales repudiou a medida norte-americana e reiterou o papel transformador do Mais Médicos: “A iniciativa ofereceu atendimento a quem mais precisa, com atenção básica e mãos fraternas a quem mais precisava. Diminuiu dores, sofrimentos e mortes”, escreveu.
Ele destacou que os médicos cubanos atuavam sob mecanismos legais de cooperação internacional, presentes também em 58 outros países de diferentes matizes ideológicas.
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