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“Somos resistência”: Instituto Sorriso Negro completa 17 anos e reforça luta por igualdade no Dia da Consciência Negra

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Foto: Reprodução
Em entrevista ao BnT Online, o presidente do Instituto, José Luiz Teixeira, destaca desafios, conquistas e a importância do 20 de Novembro como marco de reflexão e ação contra o racismo estrutural
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Na véspera do Dia da Consciência Negra, comemorado nesta quinta-feira (20), o advogado e ativista José Luiz Teixeira, presidente do Instituto Sorriso Negro dos Campos Gerais, concedeu uma entrevista especial ao jornalista Lincoln Vargas, do BnT Online. A conversa, que marca os 17 anos da entidade, abordou a importância da data, os desafios enfrentados pelo movimento negro e os projetos sociais promovidos pelo Instituto em Ponta Grossa (PR) e região.

Uma história de luta: o surgimento do Instituto

Fundado oficialmente em 2008, o Instituto Sorriso Negro tem suas raízes fincadas no Movimento Negro de Ponta Grossa, ativo desde 1988, ano do centenário da abolição da escravidão.

“Somos fruto de um movimento que nunca parou. Nascemos negros e nunca deixamos de ter projeto de transformação”, afirma José Luiz.

Hoje, a instituição atua não apenas nos Campos Gerais, mas tem reconhecimento estadual, nacional e até internacional.

Projetos voltados à inclusão, formação e reparação

O Instituto desenvolve ações voltadas à inclusão social, qualificação profissional, educação antirracista e combate à intolerância religiosa. Entre os projetos citados estão cursos para inserção de negros no mercado de trabalho, oficinas educacionais e eventos de conscientização.

“Nosso maior projeto é construir uma nação justa, de paz, onde todos vivam com igualdade de condições”, pontua o presidente.

Desafios e resistência em tempos de retrocesso

Apesar das conquistas, José Luiz destacou que manter o Instituto vivo não é tarefa fácil, especialmente pela falta de recursos financeiros.

“Somos todos voluntários. Temos apoio pontual do Legislativo, mas precisamos de mais engajamento da sociedade. Só com recursos é que conseguimos crescer e formar professores, alunos e a comunidade.”

Ele também alerta para o que chama de “retrocessos alarmantes”, citando casos recentes de racismo religioso e ataques a símbolos de religiões de matriz africana.

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O peso da lei e a importância do reconhecimento

Durante a entrevista, José Luiz também trouxe à tona importantes marcos legais, como a Lei nº 14.759/2023, que reconhece o 20 de Novembro como feriado nacional, e a ampliação da penalização da injúria racial, agora enquadrada na Lei do Racismo (Lei nº 7.716/1989).

“Hoje, racismo é crime inafiançável. É preciso entender que a injúria racial atinge o indivíduo, mas fere todo o coletivo negro”, esclarece o jurista.

Reflexão, não comemoração

O presidente do Instituto reforça que o Dia da Consciência Negra não é uma data de festa, mas de reflexão:

“Comemorar seria não precisar mais falar de racismo. Enquanto houver ódio pela nossa existência, precisamos resistir e lutar.”

Mensagem aos jovens: construir um Brasil de iguais

Para encerrar, José Luiz deixou uma mensagem especialmente dirigida à juventude negra dos Campos Gerais e do Brasil: “Quando teu amém for igual ao meu axé, estaremos construindo um país de iguais. Enquanto houver pedras no caminho, vamos tirá-las juntos, com amor e humanismo.”

Como ajudar o Instituto Sorriso Negro

A comunidade pode colaborar com o Instituto por meio de doações, parcerias e divulgação. Os recursos ajudam a custear aluguel, materiais de formação e eventos sociais.

Para mais informações sobre como apoiar, acompanhe as redes sociais do Instituto ou entre em contato com a Secretaria de Comunicação da entidade.

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About the author

Lincoln Vargas

Lincoln Vargas

Jornalista pela Universidade Estadual de Ponta Grossa, trabalho em diversas frentes da área jornalística, mas com uma paixão especial pelo mundo do esporte. Além de fazer parte da redação do Portal BNT, também atuo como repórter setorista do Operário Ferroviário e repórter freelancer.

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