Na madrugada desta segunda-feira (25), trabalhadores do transporte coletivo de Ponta Grossa realizaram assembleia às 4h30 para discutir as dificuldades enfrentadas no cumprimento das escalas de trabalho. Por unanimidade, a categoria autorizou o sindicato a promover paralisações a qualquer momento após o prazo de 72 horas da reunião.
Luizão, representante da categoria, explicou em entrevista ao BnT News que a decisão busca pressionar tanto a empresa quanto a Prefeitura.
“A partir de 72 horas poderá ocorrer paralisações a qualquer hora do dia. Veja, não é greve, mas podemos parar das 6h às 7h, das 6h às 8h ou no horário do almoço. É preciso que a prefeitura entenda que algo precisa ser feito”, afirmou.
Diferença entre paralisação e greve
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Durante a entrevista, o dirigente sindical esclareceu que paralisação não é o mesmo que greve. Enquanto a greve envolve a suspensão prolongada do serviço, a paralisação ocorre em períodos curtos, de algumas horas, para chamar atenção do poder público.
Segundo ele, o objetivo é sensibilizar a Prefeitura de Ponta Grossa, responsável por conceder e fiscalizar o transporte, para que reveja os horários atuais das linhas.
Problemas enfrentados pelos motoristas
O sindicato denuncia que motoristas vêm sendo submetidos a jornadas impossíveis de cumprir. Em linhas como as do Terminal Central e Oficinas, há redução significativa de veículos aos domingos, o que inviabiliza o cumprimento dos horários.
“Esse trabalhador não tem tempo de tomar uma água, de ir no banheiro. Fica seis horas ou mais sentado, em sofrimento puro. E quando reclama, pode ser punido com troca de linha ou até demissão”, disse Luizão.
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Riscos à segurança dos usuários
Além do impacto sobre os trabalhadores, Luizão destacou que a situação coloca em risco a vida de passageiros.
“A nossa luta também é para segurança dos usuários. Imagine um idoso que se levanta para descer e o motorista, pressionado pelo horário, precisa frear bruscamente. Esse é o risco constante”, alertou.
Ele ainda reforçou que mães com crianças no colo enfrentam perigo diário diante da pressa imposta aos motoristas.
Falta de planejamento no transporte coletivo
O sindicato também chamou atenção para a falta de planejamento urbano em Ponta Grossa.
“Nossa cidade é a quarta maior do estado e não tem plano para transporte coletivo. Não há sequer uma rua exclusiva para ônibus. Enquanto se pensar apenas em carros individuais, estaremos atrasados”, concluiu Luizão.
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Prefeitura monitora escalas
A Prefeitura de Ponta Grossa informou anteriormente que o Departamento de Transportes acompanha diariamente as escalas do sistema. Segundo o município, ajustes dependem de estudo técnico, já que mudanças em uma linha impactam o conjunto do transporte coletivo.
A administração municipal também destacou que algumas rotas já estão em redesenho, como a ligação entre a Vila Cipa e o Campo Bello, implantada recentemente para tentar melhorar a fluidez e reduzir atrasos.



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