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Brasil Política

Senado enterra PEC da Blindagem por unanimidade e impede retrocesso na imunidade parlamentar

enado Boca no Trombone blindagem
Foto: Lula Marques/Agência Brasil
Proposta permitia ao Congresso suspender processos criminais contra deputados e senadores. Relator alertou para risco de avanço do crime organizado no Legislativo.
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A PEC da Blindagem, que permitiria ao Congresso Nacional suspender ações penais contra parlamentares, foi derrubada por unanimidade nesta terça-feira (24) pela Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado. Com 27 votos contrários e nenhum a favor, o projeto foi arquivado sem possibilidade de recurso, conforme prevê o regimento interno do Senado.

A proposta, já aprovada em dois turnos na Câmara com apoio de partidos do centrão e da direita, gerou forte reação popular e protestos em diversas cidades brasileiras.

Risco de impunidade e avanço de facções

O relator da PEC, senador Alessandro Vieira (MDB-SE), desempenhou papel decisivo para o arquivamento. Em sua fala na CCJ, classificou a proposta como um incentivo à impunidade, afirmando que a aprovação abriria caminho para a entrada de organizações criminosas na política.

“O que efetivamente se pretende não é dar condições plenas aos parlamentares para exercerem sua atividade-fim, mas blindá-los das penas e demais consequências legais do cometimento de crimes das mais variadas espécies”, afirmou Vieira em seu parecer.

A PEC previa, inclusive, a necessidade de aval do Congresso para que presidentes de partidos políticos fossem investigados. Segundo o relator, isso transformaria siglas menores em abrigo para líderes de facções, blindando-os da Justiça.

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Histórico de impunidade reforça críticas

Vieira relembrou que entre 1988 e 2001 o Brasil já viveu um cenário semelhante, onde era exigida autorização do Congresso para o prosseguimento de ações penais contra parlamentares. Nesse período, dos 300 pedidos analisados, apenas um foi aprovado, envolvendo um deputado ligado ao tráfico de drogas.

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A proposta também previa que até mesmo prisões em flagrante por crimes inafiançáveis precisariam ser referendadas pelo Congresso em até 24 horas — o que, segundo críticos, poderia acelerar a libertação de parlamentares detidos.

Pressão popular foi decisiva

Além de Vieira, senadores como Rogério Carvalho (PT-SE) e Sergio Moro (União-PR) também se posicionaram contra o projeto. O senador Jorge Seif (PL-SC), que chegou a apresentar uma proposta alternativa, recuou diante da pressão popular, especialmente nas redes sociais.

O voto secreto previsto na PEC também foi alvo de duras críticas. Vieira defendeu que a transparência deve ser a regra, e que os cidadãos têm o direito de saber como votam seus representantes em temas de grande impacto.

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Lincoln Vargas

Lincoln Vargas

Jornalista pela Universidade Estadual de Ponta Grossa, trabalho em diversas frentes da área jornalística, mas com uma paixão especial pelo mundo do esporte. Além de fazer parte da redação do Portal BNT, também atuo como repórter setorista do Operário Ferroviário e repórter freelancer.

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