Em comunicado oficial divulgado nesta sexta-feira (16), o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) assegurou à população brasileira e mundial que os produtos de origem avícola inspecionados não apresentam restrições para consumo. Segundo a nota, o risco de infecções em humanos pelo vírus da gripe aviária é considerado baixo, afetando predominantemente aqueles que têm contato direto com aves contaminadas, sejam elas vivas ou mortas. O Mapa enfatizou a importância de manter protocolos rigorosos para prevenir qualquer eventualidade.
O Ministério da Saúde complementou as informações destacando que a transmissão do vírus ocorre principalmente por meio da saliva, secreções mucosas e fezes de aves infectadas. O contágio pode acontecer através do contato direto ou pela inalação de partículas contaminadas, além do contato com superfícies que possam ter sido expostas ao vírus.
Desde sua identificação em 2006, o vírus da gripe aviária já provocou o abate de mais de 200 milhões de aves globalmente. No Brasil, a primeira detecção da doença ocorreu há dois anos, com o registro mais recente datado de maio de 2023, quando foi confirmada a presença do vírus em aves silvestres migratórias. O ministro Carlos Fávaro ressaltou que as práticas sanitárias adotadas pelos criadores brasileiros foram eficazes em manter o país livre da enfermidade durante esse período, ao contrário de outros grandes produtores que enfrentaram surtos significativos.
Até o momento, o Brasil contabiliza 158 casos de aves selvagens migratórias e outras espécies afetadas pela gripe aviária. Um caso específico na granja localizada em Montenegro resultou na contaminação de 35 aves, levando à decisão dos serviços veterinários locais de sacrificar todo o plantel como medida preventiva.
No cenário internacional, os Estados Unidos reportaram surtos que afetaram rebanhos de vacas leiteiras e ocasionaram a morte de milhares de galinhas, incluindo um óbito humano relacionado à doença. Esses eventos impactaram diretamente no fornecimento de ovos no país, incentivando um aumento nas exportações brasileiras desse produto. Situações semelhantes foram registradas no México e na China, onde mortes humanas também foram confirmadas entre indivíduos que trabalhavam diretamente com animais infectados.
Diante desse panorama global, países como Finlândia e Hungria implementaram a vacinação obrigatória contra a gripe aviária. No Brasil, o Instituto Butantan está atualmente desenvolvendo uma vacina que se encontra em fase experimental. A comunidade científica tem alertado os governos sobre os riscos associados à gripe aviária e a necessidade urgente de medidas preventivas eficazes.
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