A empresa responsável pelo Roblox, uma das maiores plataformas de jogos online do mundo, afirmou nesta semana que as acusações feitas pela Procuradoria-Geral da Louisiana, nos Estados Unidos, são baseadas em “alegações equivocadas”. A declaração veio após a procuradora-geral do estado, Liz Murrill, mover um processo contra a companhia por suposta negligência na proteção de crianças contra predadores sexuais.
“Qualquer afirmação de que o Roblox colocaria intencionalmente nossos usuários em risco de exploração é simplesmente falsa”, diz o comunicado da empresa.
O que motivou o processo
Na última quinta-feira (14), a procuradora Liz Murrill divulgou um relatório de 42 páginas apontando que o Roblox teria se tornado um espaço onde predadores sexuais “prosperam, se unem, caçam e vitimizam crianças”.
Segundo Murrill, a falta de protocolos de segurança eficazes coloca em risco usuários menores de idade, especialmente crianças da Louisiana. “O Roblox está inundado de conteúdo prejudicial e predadores de crianças porque prioriza o crescimento de usuários, a receita e os lucros em detrimento da segurança infantil”, disse ela em comunicado à imprensa.
O processo destaca a presença de experiências com conteúdo sexualmente explícito, criadas por usuários da plataforma. Entre elas, estão jogos como Escape to Epstein Island, Diddy Party e Public Bathroom Simulator Vibe. Um dos casos mencionados envolve a prisão de um homem na Louisiana, suspeito de utilizar o Roblox para atrair menores, após alterar sua voz e compartilhar material de abuso infantil.
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Empresa perdeu mais de $ 12 bilhões em duas semanas
Desde o dia 6 de agosto, a Roblox Corporation, empresa que desenvolveu e detém os direitos do jogo, perdeu mais de $ 12 bilhões de dólares em valor de mercado. Essa perda ocorreu após um jogador, chamado de “Schlep”, foi banido do jogo após realizar diversas denúncias de predadores sexuais à empresa, que justificou o banimento dizendo que o jogador praticava “vigilantismo”.
Em comunidades que falam de Roblox na internet, outros jogadores afirmam que o homem que foi banido havia sido vítima de predadores sexuais no jogo quando era criança, e decidiu combater esses mesmos predadores quando cresceu. O banimento de “Schlep” causou revolta em diversos jogadores, alegando que a Roblox Corporation estaria “defendendo pedófilos”, e que isso seria um sinal de que a empresa não se importa realmente com a segurança das crianças que consomem o jogo.
Perfil dos usuários e práticas contestadas
Lançado em 2006, o Roblox conta atualmente com mais de 100 milhões de usuários ativos, dos quais 20% têm menos de 9 anos, segundo o relatório de Murrill. Já a empresa afirma que 64% dos jogadores têm 13 anos ou mais.
O processo cita ainda práticas comerciais consideradas desleais, negligência e enriquecimento injusto, o que, segundo a procuradoria, configura violação às leis estaduais de comércio.
O que diz o Roblox
Sem comentar diretamente o processo, o Roblox reforçou em nota que atua constantemente para impedir tentativas de burlar seus sistemas de segurança. A empresa também destacou uma série de medidas adotadas para proteger os usuários, como uma tecnologia de verificação por selfie, que estima a idade do jogador para liberar recursos adequados; Filtros de texto rigorosos, que bloqueiam linguagem imprópria e impedem convites a menores para outras plataformas; Proibição de envio direto de imagens entre usuários; Uso de inteligência artificial para detectar ameaças em potencial.
A empresa afirma que, somente no primeiro semestre de 2025, esse sistema de IA permitiu o envio de 1.200 denúncias ao Centro Nacional para Crianças Desaparecidas e Exploradas dos EUA.




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