Uma professora de 49 anos, identificada como Leonice Batista dos Santos, foi presa preventivamente na manhã desta sexta-feira (22), em Palmeira das Missões, no Norte do Rio Grande do Sul. Ela foi filmada ao agredir um menino de apenas 4 anos dentro da escola Xodó da Vovó, localizada em Caxias do Sul, na Serra gaúcha.
O caso ganhou grande repercussão após a divulgação das imagens, que mostram a educadora utilizando uma pilha de livros para atingir a cabeça da criança. Com a agressão, o menino perdeu um dente, teve outros cinco comprometidos e precisará utilizar aparelho odontológico.
Inquérito policial
De acordo com a delegada Thalita Giacomiti Andriche, responsável pelo caso, foi instaurado um inquérito para apurar o crime, inicialmente classificado como maus-tratos qualificados por lesão grave. A delegada, no entanto, não descarta a possibilidade de que a conduta da professora também seja caracterizada como tortura.
Na delegacia, Leonice optou por permanecer em silêncio durante o interrogatório. Ela estava acompanhada de seu advogado, Henrique Bischoff Hartmann, que confirmou que a estratégia da defesa será manter o silêncio e ingressar com pedido de habeas corpus.
Vídeo mostra momento da agressão
As câmeras de segurança da instituição registraram toda a ação. Nas imagens, a professora aparece irritada com os alunos e, em seguida, golpeia a cabeça do menino com a pilha de livros. A criança começa a chorar e é retirada da sala de aula.
O episódio aconteceu na última segunda-feira (18) e passou a ser investigado pela Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente (DPCA) de Caxias do Sul.
Atendimento médico e relato da família
A vítima precisou de atendimento no CRAI (Centro de Referência em Atendimento Infanto-Juvenil) e também foi levada pelos pais a um dentista particular. O laudo pericial deve confirmar as lesões e o comprometimento dentário decorrente da agressão.
Segundo o pai do menino, inicialmente a família foi informada pela professora de que a criança havia caído em sala de aula. Contudo, ao levarem o filho ao dentista, surgiram dúvidas sobre a gravidade das lesões. “As perguntas feitas durante a consulta aumentaram a nossa desconfiança”, disse.
A família, então, solicitou as imagens da escola e constatou o que realmente havia ocorrido. O pai relatou ainda que o menino estava matriculado há apenas dois meses na instituição, escolhida por transmitir confiança. “Estamos muito abalados. Foi uma segunda-feira que mudou nossa vida e a rotina do nosso filho”, desabafou.
Com supervisão de Marcos Silva



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