A Justiça determinou nesta terça-feira (18) o afastamento temporário do presidente do Banco de Brasília (BRB), Paulo Henrique Costa, e do diretor de Finanças e Controladoria da instituição, Dario Oswaldo Garcia Júnior. A decisão ocorre no contexto da Operação Compliance Zero, deflagrada pela Polícia Federal (PF) para apurar um esquema de fraudes com títulos de crédito.
Durante a operação, o empresário Daniel Vorcaro, dono do Banco Master, foi preso. A instituição é o principal alvo das investigações, conduzidas pelo Ministério Público Federal (MPF).
Segundo a PF, o grupo investigado criava falsas operações de crédito, simulando empréstimos e negociando essas carteiras com outros bancos. Após validação contábil do Banco Central (BC), os créditos eram substituídos por ativos sem avaliação técnica adequada, ferindo normas de segurança financeira.
BRB confirma afastamentos e diz operar normalmente
Em nota oficial, o BRB — banco estatal do Distrito Federal — confirmou o afastamento de Costa e Júnior por um período inicial de 60 dias, afirmando que a instituição seguirá operando normalmente. “Todas as operações, bem como a segurança de clientes, parceiros e da estrutura operacional estão preservadas”, informou o banco.
Ainda de acordo com o comunicado, o BRB garante ter atuado em conformidade com as normas de compliance e transparência, prestando informações regulares ao MPF e ao Banco Central sobre as negociações envolvendo o Banco Master.
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Tentativa de compra levantou suspeitas
A crise ganhou contornos mais amplos após o anúncio, em março de 2025, de que o BRB pretendia comprar o Banco Master por R$ 2 bilhões — valor que representaria cerca de 75% do patrimônio consolidado da instituição de Vorcaro.
A proposta gerou forte repercussão no mercado financeiro, na imprensa e entre políticos, já que a atuação do Master já levantava dúvidas quanto à sua saúde financeira. Em setembro, o Banco Central rejeitou a compra.
Banco Master sob suspeita
Conhecido por sua política agressiva de captação, o Master oferecia rendimentos de até 140% do CDI a investidores — muito acima da média praticada por bancos de mesmo porte, que costuma girar entre 110% e 120% do CDI.
Além disso, o banco atuava com títulos precatórios e emissão de papéis em dólar, sem sucesso na captação internacional. As operações aumentaram os questionamentos sobre a real situação financeira da instituição.
Venda ao grupo Fictor
Na véspera da operação da PF, nesta segunda-feira (17), o Grupo Fictor, especializado em investimentos e gestão empresarial, anunciou a compra do Banco Master. Os detalhes da transação ainda não foram divulgados.
A Agência Brasil tenta contato com Paulo Henrique Costa, Dario Oswaldo Garcia Júnior e Daniel Vorcaro ou seus representantes legais. O espaço segue aberto para manifestações de todos os citados.
*Com informações da Agência Brasil




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