Ponta Grossa teve a menor arrecadação com o Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU) entre as maiores cidades do Paraná em 2024: R$ 100,3 milhões. O Município fica atrás de Londrina, Maringá, Cascavel e outras neste quesito. Os dados são da Secretaria Municipal da Fazenda (Sefaz), exibidos na audiência pública que discutiu o reajuste fiscal, na última quarta-feira (24) – veja aqui.
Um comparativo entre as arrecadações de 2024, mostra que a cidade de Ponta Grossa é a última no quesito em relação a outros grandes municípios do Estado. A cidade princesinha fica atrás até mesmo de Foz do Iguaçu, que tem 72 mil habitantes a menos. Veja abaixo um ranking:
- Curitiba – R$ 1.531.686.144,25
- Londrina – R$ 453.986.127
- Maringá – R$ 293.399.217
- Foz do Iguaçu – R$ 147.871.613
- Cascavel – R$ 103.368.090
- Ponta Grossa: R$ 100.341.056
Os reflexos disso também são percebidos quando se olha o valor do IPTU por habitante em cada cidade. Ponta Grossa também fica em último lugar neste indicador, com R$ 279,99. Observe a tabela feita abaixo.
| Curitiba | 863,55 |
| Londrina | 816,57 |
| Maringá | 716,21 |
| Foz do Iguaçu | 518,09 |
| Cascavel | 296,99 |
| Ponta Grossa | 279,99 |
A causa destes indicadores se justifica pela defasagem de mais de quarenta anos na atualização do valor do metro quadrado do terreno em Ponta Grossa. A chamada Planta Genérica de Valores (PGV) foi atualizada pela última vez em 1978, por meio de um decreto municipal publicado pelo então prefeito Luiz Carlos Zuk.
Além da arrecadação inferior com outros municípios, a defasagem do metro quadrado impacta no bolso do contribuinte: a discrepância de pagamento de IPTU entre uns e outros contribuintes é apontada pelo secretário municipal da fazenda, Cláudio Grokoviski.
“Hoje existe uma diferença muito grande quando a gente compara com algumas regiões. Há locais muito longe do centro em que o metro quadrado para pagamento do IPTU é muito maior do que na região central. Há condomínio em que o metro quadrado é menos de dez reais, quanto no bairro, se paga quinze reais”, esclarece.
Veja o seguinte comparativo: na rua Siqueira Campos, região do Cará-Cará, o valor do metro quadrado do terreno é de R$ 15,77. Já em um condomínio situado na região de Oficinas, o valor está R$ 1,90 o metro quadrado.
Reajuste
Por meio do Projeto de Lei 255/2025, o Município busca atualizar do preço do metro quadrado dos terrenos utilizados como base para a cobrança do IPTU.
O projeto estabelece limites de impacto no valor do imposto para o contribuinte: em 2026, o valor não vai poder ultrapassar 50% do valor pago em 2025. A partir de 2027, o aumento máximo será de 10% ao ano, mais a inflação do período. Apesar da atualização da PGV, a alíquota do IPTU e o valor das edificações não serão alterados.
A justificativa principal do reajuste é promover justiça fiscal, para evitar a discrepância de pagamento entre uns e outros, bem como estimular o aumento de receita. Vale lembrar que, mesmo com a nova atualização, contribuintes que tenham direito à isenção do IPTU não deixarão de ter direito ao benefício. Eles terão a correção igualmente, mas a isenção segue válida.
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A estimativa é de que, com a atualização dos valores do metro quadrado, o município tenha R$ 48 milhões a mais de receita com o imposto já em 2026, primeiro ano de aplicação da nova medida.
O projeto, juntamente com os outros quatro que integram o Plano de Ajuste Fiscal, seguem sob análise das comissões da Câmara Municipal de Ponta Grossa. A expectativa é que os projetos sejam votados até agosto.




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