A Proposta de Lei Orçamentária Anual (PLOA) 2026 do Governo do Paraná prevê R$ 7,1 bilhões em investimentos em todas as regiões do Estado. O valor é o maior da história do Paraná, com crescimento de 11% em relação aos R$ 6,3 bilhões previstos na Lei Orçamentária Anual de 2025, segundo dados divulgados pela Agência Estadual de Notícias.
Dos R$ 7,1 bilhões, cerca de R$ 4,2 bilhões serão destinados a obras e transferências para investimentos municipais, abrangendo áreas como infraestrutura, saneamento, saúde, educação e habitação.
Porém, a distribuição regional dos valores mostra forte diferença entre as regiões, e Ponta Grossa aparece entre as que menos recebem recursos.
Regiões com maiores repasses
A região intermediária de Curitiba — que abrange a Capital, Região Metropolitana e o Litoral — concentra o maior volume de investimentos: R$ 1,5 bilhão, sendo R$ 579 milhões em obras e R$ 901 milhões em transferências.
Em seguida, estão Cascavel (R$ 606 milhões), Maringá (R$ 548 milhões), Londrina (R$ 531 milhões) e Guarapuava (R$ 376 milhões).
Já a região de Ponta Grossa aparece com R$ 170 milhões no total, sendo R$ 102 milhões em obras e R$ 68 milhões em transferências para investimentos — um valor consideravelmente menor do que o destinado a outras regiões de mesmo porte.
Prefeita Elizabeth Schmidt cobra equilíbrio nos repasses
A prefeita de Ponta Grossa, Elizabeth Schmidt (União), levou o tema diretamente ao governador Ratinho Junior (PSD) durante o I Congresso dos Municípios do Paraná, realizado em Curitiba.
Em carta entregue durante o evento, a prefeita pediu reforço nos repasses estaduais e questionou o desequilíbrio na divisão dos investimentos.
“Socorro, governador. Estamos aprisionados pelos políticos maldosos que se auto intitulam representantes da região, políticos que se apresentam como amigos do governador”, declarou Elizabeth em vídeo publicado nas redes sociais.
Segundo a prefeita, Ponta Grossa recebeu 15 vezes menos que Curitiba, seis vezes menos que Cascavel, cinco vezes menos que Londrina e Maringá, e três vezes menos que Guarapuava, conforme o plano estadual de investimentos para 2026.
Ela também afirmou que a falta de repasses tem afetado obras de infraestrutura, como o programa de 100% de asfalto nos bairros.
“Nossa promessa feita lá em 2020, de 100% de asfalto alto, não recebe os investimentos. Estamos bloqueados. Dos 160 milhões que protocolamos em fevereiro, veio a notícia de que 100 milhões foram liberados. E os outros 60 milhões de vilas e bairros pobres? Nenhuma notícia”, disse Elizabeth.
Micheletto: “A prefeita está no direito de pedir mais recursos”
Durante o Congresso, o presidente da Associação dos Municípios do Paraná (AMP), Marcel Micheletto, comentou o apelo da prefeita e defendeu o pedido por mais investimentos em Ponta Grossa.
“A prefeita Elizabeth tem todo o direito de vir até o governador Ratinho Junior para acessar ainda mais recursos para a Prefeitura de Ponta Grossa. É uma cidade referência para o Paraná, precisa receber recursos do Estado. Todo mundo quer mais, e ela está no direito de vir aqui e pedir”, afirmou Micheletto.
O presidente da AMP destacou ainda que Ponta Grossa é uma das cidades que mais cresce no Paraná, com novas indústrias e aumento populacional, o que reforça a necessidade de repasses maiores.
“Ela vem fazendo um trabalho importante como prefeita, sabe do quanto Ponta Grossa está crescendo, com gente chegando e novas indústrias se instalando. Ela precisa de recursos à altura do que Ponta Grossa merece”, declarou Micheletto.
Sobre o posicionamento do governo, Micheletto demonstrou otimismo:
“O governador Ratinho Junior é muito sensível, conhece e gosta da prefeita. Tenho certeza que não vai deixá-la de mãos vazias. O governador vai continuar ajudando Ponta Grossa, sabe da importância e da pujança da cidade.”
Governo do Estado responde
Em nota enviada ao Portal BnT Online, o Governo do Paraná afirmou que mantém “uma política consolidada de apoio aos municípios”, destacando o aumento de 84% nos repasses constitucionais em sete anos e o crescimento de 92% nas transferências para Ponta Grossa desde 2018.
Segundo o texto, o Estado executa “os maiores programas de pavimentação e habitação do Brasil”, além de políticas voltadas à aquisição de maquinário agrícola e à redução dos índices de criminalidade.
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