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Ponta Grossa

Parceria entre UEPG e Polícia Penal transforma vidas por meio do artesanato na Cadeia Pública de Ponta Grossa

Produção de amigurumis por pessoas privadas de liberdade possibilita redução de pena e resgate da autoestima Boca no Trombone Produção de amigurumis por pessoas privadas de liberdade possibilita redução de pena e resgate da autoestima
Jéssica Natal
Produção de amigurumis por pessoas privadas de liberdade possibilita redução de pena e resgate da autoestima
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Por meio de uma parceria entre a Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG) e o Departamento de Polícia Penal do Paraná (Deppen), pessoas privadas de liberdade têm aprendido o ofício da produção de amigurumis, técnica japonesa que utiliza crochê ou tricô para criar bonecos de diversos personagens.

A iniciativa não apenas promove a redução de pena, um dia a menos a cada três de trabalho, mas também atua no fortalecimento da saúde mental e da autoestima dos detentos. Os bonecos produzidos vão desde ursinhos e bailarinas até figuras conhecidas da cultura pop e o Galileu, mascote oficial da UEPG, lançado em 2023. A confecção do Galileu não segue um molde específico, o que exige atenção aos detalhes e criatividade. “Aprendi com outros aqui dentro e depois fui ensinando os mais novos. A gente vai ‘no olho’ mesmo, e depois que o primeiro fica pronto, só replicamos”, conta um dos detentos.

O projeto é viabilizado com recursos do Conselho da Comunidade, e a atividade está vinculada ao Núcleo de Atendimento às Pessoas com Monitoração Eletrônica (Nupem). A articulação entre a universidade e o sistema prisional é coordenada pelo professor Rauli Gross, chefe de gabinete da Reitoria da UEPG, que também lidera outras iniciativas, como o Projeto Novo Ciclo, responsável pela produção de absorventes para mulheres privadas de liberdade.

“O combate à ociosidade no sistema prisional é um dos nossos principais objetivos. Mas não se trata apenas de ocupar tempo — trata-se de exercitar criatividade, autoestima e proporcionar esperança”, explica Gross. Segundo ele, muitos internos demonstram surpresa e satisfação ao perceberem que são capazes de produzir algo tão delicado e bem-feito. “Isso gera orgulho pessoal e contribui para uma possível reinserção social no futuro.”

Um dos participantes, que estava cursando faculdade antes de ser preso, destaca o impacto emocional da atividade. “Costurar ajuda a aliviar a saudade da família e me distrai. A gente sofre muito preconceito, mas aqui estou aprendendo algo que me faz pensar em não repetir os erros do passado.”

O diretor regional da Polícia Penal, William Ribas, também celebra os resultados do projeto. “Essa é mais uma demonstração de que as pessoas privadas de liberdade podem ser agentes de transformação. Ao costurarem os amigurumis do Galileu, estão também costurando uma nova trajetória para si mesmos.”

A iniciativa é mais uma entre as parcerias de destaque entre a UEPG e o sistema penitenciário local. E mostra que, mesmo dentro dos muros da prisão, é possível semear esperança, aprendizado e cidadania.

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