A sessão plenária desta segunda-feira (12) na Assembleia Legislativa do Paraná (Alep) foi marcada por forte reação da Bancada de Oposição, após declarações ofensivas e misóginas do deputado Ricardo Arruda (PL). Em fala considerada violência política de gênero, Arruda atacou a deputada Ana Júlia Ribeiro (PT) e a ministra Gleisi Hoffmann (PT) com ofensas que ultrapassam os limites do debate político.
O Líder da Oposição, deputado Arilson Chiorato (PT), classificou o discurso como machismo institucionalizado e anunciou que será feita uma representação formal à Mesa Diretora da Alep cobrando providências contra o parlamentar. “Não vamos mais tolerar esse tipo de comportamento neste Plenário”, afirmou Chiorato.
Durante sua fala, Ricardo Arruda usou termos depreciativos para se referir à deputada Ana Júlia, como “problema cognitivo”, “não trabalha nada”, e a comparou de forma pejorativa à deputada federal Maria do Rosário, chamando-a de “Maria do Rosário mirim”. As expressões também foram acompanhadas de ataques ideológicos com viés machista.
Oposição denuncia padrão de agressões verbais contra mulheres
Para a Bancada de Oposição, o episódio não é isolado. “A tribuna não pode ser usada como instrumento de agressão pessoal. Já passou do ponto”, destacou Arilson. A deputada Luciana Rafagnin (PT) também repudiou as falas. “Não podemos continuar assistindo a essa postura sem consequência. É uma falta de respeito com as mulheres e com o povo paranaense.”
Luciana lembrou que Ricardo Arruda já foi condenado anteriormente por declarações semelhantes à ministra Gleisi e continua adotando o mesmo padrão ofensivo. “Parece medo de quem está mostrando trabalho de verdade”, declarou.
O posicionamento da Oposição é claro: falas como essa alimentam discursos de ódio e afetam negativamente o ambiente político. Os parlamentares exigem medidas concretas e punitivas por parte da presidência da Assembleia para que o caso não seja tratado com conivência.
Nota de Repúdio
A Bancada de Oposição na Assembleia Legislativa do Paraná (Alep) vem a público manifestar seu repúdio às falas misóginas, ofensivas e incompatíveis com o decoro parlamentar proferidas pelo deputado Ricardo Arruda (PL) durante a sessão plenária do dia 12 de maio de 2025.
As declarações, direcionadas à deputada Ana Júlia Ribeiro (PT) e à ministra Gleisi Hoffmann (PT), ultrapassam os limites da divergência política e configuram mais um grave caso de violência política de gênero. Ao utilizar o espaço institucional da tribuna para desqualificar, atacar e ofender mulheres, o deputado agride não apenas as parlamentares citadas, mas também a dignidade do Parlamento e da democracia.
A naturalização desse tipo de conduta representa risco direto à integridade das mulheres na política e à credibilidade do Legislativo junto à sociedade. Não se trata de opinião, mas de ofensa. Não é debate, é agressão. Não é liberdade de expressão, é violência.
A Bancada de Oposição informa que tomará todas as providências regimentais cabíveis, incluindo representação à Mesa Diretora da Alep.
Violência política de gênero é crime. O Parlamento paranaense não pode ser palco para práticas misóginas e autoritárias. É dever desta Casa proteger seus integrantes, garantir o respeito entre seus membros e preservar os princípios republicanos que sustentam o processo democrático.
Deputadas e deputados da Bancada de Oposição na Alep:
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Arilson Chiorato (PT) – Líder da Bancada
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Ana Júlia Ribeiro (PT)
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Dr. Antenor (PT)
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Goura (PDT)
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Luciana Rafagnin (PT)
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Professor Lemos (PT)
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Requião Filho
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Renato Freitas (PT)
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