Fazia tempos que algo não aquecia meu coração. Nem frio, nem calor me perturbavam. A temperatura precisa perturbar, calafrios que nos percorram e acordem células adormecidas por uma rotina morna! A vida precisa sacudir, porque somos bambu a provar firmeza ante a tempestade! E nada de vitalizante andava acontecendo, quando ele apareceu… o pianista.
Discreto, silente e franzino. Delicadeza que vinha da alma, dos ouvidos atentos, dos dedos leves que se deitavam sobre as teclas em perfeição. Um menino e como era bom vê-lo tocar. E em mim coisas apagadas pela poeira das alegrias enterradas começavam a ganhar novo colorido. Cada tecla, cada nota enchia meus ouvidos de esperança renovada, Maçãs do rosto dele, pedaço de paraíso que vem com notas musicais e perfume, fragrância da fruta vermelha.
E meus ouvidos recebem as notas que ele toca como o sabor da mordida na maçã de um amor cheio de frescor. O pianista deixou uma trilha de pistas e que meu coração não desista de percorrer.
Autoria: Renata Regis Florisbelo
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