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Ponta Grossa

Norma internacional criada em Ponta Grossa revoluciona a ergonomia na construção civil

Cópia de REPORTAGEM 2024 bnt 5 Boca no Trombone Cópia de REPORTAGEM 2024 bnt 5
Foto: Lincoln Vargas
No Dia do Engenheiro de Segurança do Trabalho, profissionais destacam a importância da prevenção e celebram a conquista da ISO 7015, aplicada em 22 países
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Neste 27 de novembro, Dia do Engenheiro de Segurança do Trabalho, o Portal Boca no Trombone realizou uma entrevista especial com dois nomes de destaque na área da segurança do trabalho e ergonomia: o professor Ariel Orlei Michaloski, da UTFPR – campus Ponta Grossa, criador da norma internacional ISO 7015, e o engenheiro José Leal, presidente da Associação dos Engenheiros de Segurança do Trabalho de Ponta Grossa e colunista do portal.

Além de celebrar a data, os entrevistados abordaram uma conquista de grande relevância científica e social: a criação de uma norma internacional nascida em Ponta Grossa, já adotada por 22 países, voltada à ergonomia na construção civil. O feito coloca a cidade no mapa global da inovação em segurança do trabalho.

O valor do profissional que previne acidentes

Para o engenheiro José Leal, a data é um importante reconhecimento ao trabalho dos profissionais da área:

“É uma data muito importante porque valoriza quem está no dia a dia do campo, fazendo a prevenção de acidentes. Isso reduz perdas, preserva vidas e fortalece o desenvolvimento do país.”

O professor Ariel complementa destacando a diversidade da área:

“É uma carreira heterogênea, que envolve engenheiros civis, mecânicos, florestais, todos voltados a uma especialização que tem inovação, desafios e aplicação prática no cotidiano das obras.”

Desafios da segurança na construção civil

Ao falar sobre os principais desafios enfrentados em Ponta Grossa, os profissionais apontam a necessidade de adaptar o ambiente de trabalho ao ser humano, principalmente no setor da construção civil:

“É uma área com muito esforço físico e repetição. Precisamos aplicar engenharia para transformar o posto de trabalho, focando na ergonomia e saúde do trabalhador”, explica Ariel.

Associação fortalece prevenção e forma profissionais

José Leal reforçou o papel da Associação dos Engenheiros de Segurança do Trabalho de Ponta Grossa, criada para fortalecer a categoria e promover a prevenção:

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“Oferecemos cursos, indicamos profissionais para o mercado e fazemos convênios como o recente com a CIPG, que vai abrir uma Câmara de Segurança do Trabalho para apoiar empresas locais.”

Ele também anunciou, junto com o professor Ariel, a previsão de um curso de especialização em Engenharia de Segurança do Trabalho, em parceria com a UTFPR, o Crea-PG e a associação, com edital previsto para dezembro e início das aulas em 2026.

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ISO 7015: norma pioneira com DNA ponta-grossense

A grande inovação apresentada na entrevista foi a ISO 7015, desenvolvida por Ariel com apoio de pesquisadores internacionais e construída a partir de dados reais coletados em obras em Ponta Grossa.

“Comecei a pesquisa em 2020, mapeando mais de 4.600 atividades na construção civil. Desenvolvemos um software que analisa cada função e identifica os riscos ergonômicos com base em normas internacionais”, detalhou o professor.

A norma orienta a avaliação e gestão de distúrbios musculoesqueléticos na construção civil, utilizando tecnologia para mapear movimentos repetitivos e propor ajustes nos postos de trabalho.

A ISO foi aprovada após avaliação por países como Canadá, Estados Unidos, Itália, Finlândia e Noruega e atualmente é utilizada em 22 países.

Aplicação prática da ISO nos canteiros de obra

Segundo Ariel, a norma pode ser aplicada a qualquer tipo de obra e oferece uma análise precisa dos riscos ergonômicos. Ele explica com um exemplo:

“Filmamos a atividade de um pedreiro levantando parede. O software analisa os movimentos e, com base em normas como a ISO 12228, identifica quais partes do corpo estão em risco. A partir disso, sugerimos mudanças no processo de trabalho.”

A análise permite reduzir afastamentos, melhorar a saúde dos trabalhadores e diminuir os custos da obra:

“É saúde convertida em economia para a empresa, com retorno direto na produtividade”, afirmou.

Orgulho local com impacto global

O professor Ariel Michaloski destaca que a maior satisfação é entregar um trabalho com impacto real na sociedade:

“É gratificante cumprir o papel de pesquisador e engenheiro entregando uma ferramenta que melhora a gestão da saúde no trabalho em canteiros de obra.”

José Leal complementa:

“É um orgulho para nós. Essa norma é uma ferramenta de gestão essencial e vai ajudar a reduzir doenças ocupacionais, afastamentos e prejuízos para os investidores da construção civil.”

About the author

Lincoln Vargas

Lincoln Vargas

Jornalista pela Universidade Estadual de Ponta Grossa, trabalho em diversas frentes da área jornalística, mas com uma paixão especial pelo mundo do esporte. Além de fazer parte da redação do Portal BNT, também atuo como repórter setorista do Operário Ferroviário e repórter freelancer.

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