Após a ocorrência registrada no último domingo (5), quando uma briga dentro do albergue municipal deixou um homem ferido por tijoladas na cabeça, moradores da região da Rua Enfermeiro Paulino voltaram a se manifestar, destacando o clima constante de insegurança no entorno do abrigo, que funciona ao lado do CMEI Professora Izaura Maia Wolochate, próximo ao Shopping Palladium, em Ponta Grossa (PR).
De acordo com relatos da comunidade, o problema vai além do episódio isolado e já motivou, inclusive, a criação de um abaixo-assinado entregue ao Ministério Público. O documento denuncia o aumento do consumo e comércio de drogas na região, além de relatar situações de gritaria, brigas e ameaças envolvendo frequentadores do local, especialmente durante a noite.
“Não é preconceito. Sempre ajudamos pessoas em situação de rua, com comida, roupa, até dinheiro. O problema começou depois que instalaram o albergue aqui, e com ele vieram usuários de drogas e pessoas em surto, que geram risco para as crianças e para os moradores mais velhos do bairro”, afirma um morador, que preferiu não se identificar.
Ele lembra que o abrigo fica a poucos metros de uma escola infantil. “Já teve caso de um homem mostrar as partes íntimas na rua, bem do lado do CMEI. Isso gerou pânico, revolta, preocupação. As crianças não podem conviver com esse tipo de situação”, completa.
Moradores chegaram a realizar abaixo-assinado há cerca de um ano
Há cerca de um ano, moradores da região organizaram um abaixo-assinado cobrando providências em relação à instalação do albergue municipal ao lado do CMEI Professora Izaura Maia Wolochate, em Ponta Grossa. O documento destacava preocupações com o aumento da insegurança, prejuízos ao comércio local, coação de comerciantes e a falta de estrutura adequada para lidar com os conflitos recorrentes, especialmente pela presença de apenas um agente da Guarda Municipal no local.
“Essa situação afeta diretamente a nossa rotina. O albergue foi instalado ao lado de uma creche e de casas antigas, com muitos idosos. Estamos pedindo mais segurança e uma resposta clara da Prefeitura”, afirma um dos moradores.
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Além do abaixo-assinado, a denúncia foi formalmente protocolada no Ministério Público da Infância e Juventude, justamente por conta da proximidade do abrigo com uma unidade de ensino infantil.
Apesar das ações da comunidade, os moradores afirmam que não houve retorno concreto. Segundo um dos envolvidos na mobilização, uma promotora chegou a receber o grupo, mas teria dado a entender que o caso se tratava de “aporofobia” — termo usado para descrever aversão à pobreza — e, por esse motivo, a promotoria optou por não dar prosseguimento à denúncia.
Os moradores, no entanto, rebatem essa interpretação, afirmando que a iniciativa não tem qualquer relação com preconceito, mas sim com preocupações legítimas com a segurança das crianças, dos moradores idosos e do comércio local.
“A gente sempre ajudou quem estava na rua, com comida, dinheiro, nunca houve problema. O problema começou depois que instalaram o albergue, e com ele vieram usuários de drogas, pessoas em surto, gritaria, brigas, ponto de venda de drogas. Isso tudo ao lado de uma escola”, relata um morador.
População pede reforço no policiamento e mudanças na estrutura
Diante da recorrência de episódios de violência e da presença constante de usuários de drogas nos arredores, a comunidade pede que a Prefeitura reavalie a localização do albergue e amplie o monitoramento da região, garantindo a segurança de moradores, comerciantes e crianças.
“Não queremos que ninguém passe frio ou fome, mas é preciso responsabilidade. Esse modelo não está funcionando. A região virou ponto de venda de droga. A noite inteira é barulho, gritaria, confusão. Ninguém dorme, ninguém tem paz”, resume um dos moradores.
O Portal Boca no Trombone entrou em contato com a Prefeitura Municipal de Ponta Grossa para obter um posicionamento em relação ao assunto, mas não obteve retorno até o momento de publicação desta matéria. O espaço segue aberto para o posicionamento oficial da Prefeitura.




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