Há gente que passa pela vida como um trem antigo: firme, barulhento, impossível de ignorar. César Pitela era desses. Ferroviário de origem, esportista de coração, amigo de alma. Sua vida corria nos trilhos do companheirismo, com paradas diárias para entregar palavras de afeto e amizade — aquelas mensagens de “bom dia” que chegavam como sol na janela.
Hoje, a cidade acordou diferente. Mais quieta. O apito se calou. A notícia chegou na madrugada, como um trem que parte sem aviso. Pitela não está mais entre nós. Aos 69 anos, encerrou sua última viagem aqui na Terra, e agora trilha outros caminhos — talvez os mais suaves e infinitos trilhos do céu.
Muita gente o conhecia pelo futebol, pela paixão que dedicava à Liga de Futebol de Ponta Grossa. Mas, para quem teve o privilégio de chamá-lo de amigo, ele era mais que dirigente, era um tipo de maestro das relações humanas. Sabia o valor de uma conversa, o poder de um gesto simples, a força de uma presença constante.
A dor é grande, porque a ausência pesa mais quando alguém era leve. E Pitela, mesmo com toda a sua história carregada de feitos, era leve como uma manhã bem vivida. Seu velório na Capela Princesa e o descanso final no Cemitério São José marcam um fim físico, mas não encerram sua trajetória. Essa, continuará sendo contada nos campos de futebol, nos trilhos da memória e nos corações dos que o amaram.
Hoje, a locomotiva da vida segue mais devagar. Falta um condutor de palavras, de presença, de amizade. Mas seguimos, porque ele nos ensinou que cada jornada vale mais quando feita ao lado de quem se importa. E Pitela se importava.
Descanse em paz, amigo. Que Deus seja agora tua estação final — e eterna.
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