O ministro da Defesa de Israel, Israel Katz, publicou nesta terça-feira (26) uma mensagem em português na rede social X chamando o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) de “antissemita declarado e apoiador do Hamas”. A declaração ocorreu em reação à saída do Brasil da IHRA (Aliança Internacional para a Memória do Holocausto), decisão tomada no fim de julho pelo governo federal.
Segundo Katz, a medida coloca o Brasil ao lado de países como o Irã, que nega o Holocausto e ameaça destruir o Estado de Israel. “Agora ele revelou sua verdadeira face como antissemita declarado e apoiador do Hamas ao retirar o Brasil da IHRA — o organismo internacional criado para combater o antissemitismo e o ódio contra Israel”, escreveu o ministro.
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A publicação foi acompanhada de uma imagem gerada por inteligência artificial, em que Lula aparece como fantoche controlado pelo líder supremo iraniano, Ali Khamenei.
Saída do Brasil da IHRA
A decisão do governo brasileiro de deixar a Aliança Internacional para a Memória do Holocausto foi criticada por organizações pró-Israel. O grupo StandWithUs afirmou que a justificativa apresentada pelo assessor especial da Presidência, embaixador Celso Amorim, não se sustenta.
Em entrevista ao programa Roda Viva, Amorim disse que o Brasil se sentia manipulado pela definição de antissemitismo adotada pela IHRA. Para ele, “qualquer defesa da Palestina” era considerada antissemitismo dentro da entidade. Amorim reforçou, contudo, que o Brasil não nega o Holocausto e citou que Lula já visitou o Museu do Holocausto, em Jerusalém, em 2010.
Relações diplomáticas em crise
A crise entre os dois países se agravou nos últimos meses. Israel retirou a indicação de Gali Dagan para assumir a embaixada em Brasília, após o Itamaraty não autorizar o nome desde janeiro. Reuniões realizadas entre diplomatas não tiveram resposta formal do governo brasileiro.
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Além disso, o Brasil aderiu ao processo que acusa Israel de genocídio na Corte Internacional de Justiça e retirou seu embaixador em Tel Aviv, Frederico Meyer, em maio de 2024. Desde então, Meyer foi transferido para Genebra, e o governo brasileiro não apresentou um novo nome para o posto em Israel.
Críticas anteriores e tensão crescente
A relação diplomática se desgastou ainda mais depois que Lula comparou a ofensiva israelense em Gaza às ações de Hitler contra os judeus. A declaração provocou forte reação, e o chanceler israelense convocou o embaixador brasileiro para uma reprimenda pública no Museu do Holocausto, em Jerusalém, o que foi considerado inaceitável pelo governo brasileiro.
A escalada de críticas resultou na classificação de Lula como “persona non grata” em Israel, dificultando ainda mais qualquer retomada do diálogo.
*Texto escrito com informações da CNN Brasil.
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