A projeção do mercado financeiro para a inflação oficial do Brasil em 2025 caiu pela terceira semana consecutiva. Segundo o Boletim Focus, divulgado nesta segunda-feira (1º) pelo Banco Central (BC), a estimativa para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) passou de 4,45% para 4,43% neste ano.
O movimento acompanha o resultado da inflação de outubro, que teve a menor variação para o mês em quase 30 anos, segundo o IBGE. A redução na conta de luz foi o principal fator de desaceleração. O IPCA fechou outubro em 0,09%, bem abaixo dos 0,48% registrados em setembro.
Confira as últimas notícias policiais de Ponta Grossa
Inflação se aproxima do centro da meta
Com esse resultado, o IPCA acumulado em 12 meses caiu para 4,68%, ficando abaixo da marca de 5% pela primeira vez desde março. Ainda assim, a inflação permanece acima do teto da meta, que é de 4,5%, conforme os parâmetros definidos pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), com centro em 3% e margem de 1,5 ponto percentual para mais ou para menos.
As projeções para os próximos anos indicam desaceleração gradual:
-
2026: de 4,18% para 4,17%
-
2027: 3,8%
-
2028: 3,5%
Selic segue alta e pode demorar a cair
Mesmo com a inflação em queda, o Banco Central optou por manter a taxa Selic em 15% ao ano pela terceira reunião seguida do Comitê de Política Monetária (Copom), realizada em novembro. Segundo o BC, o cenário global incerto e a inflação ainda resistente justificam a postura cautelosa.
A autoridade monetária não descartou a possibilidade de voltar a subir os juros, “caso julgue apropriado”. O mercado, por sua vez, projeta que a Selic permaneça em 15% até o fim de 2025, com cortes apenas a partir de 2026:
-
2026: 12% ao ano
-
2027: 10,5% ao ano
-
2028: 9,5% ao ano
Entenda a relação entre juros e inflação
A Selic é o principal instrumento do BC para controlar a inflação. Quando os juros sobem, o crédito fica mais caro e o consumo desacelera, o que ajuda a conter os preços. Por outro lado, juros altos também reduzem o ritmo da economia.
Quando a taxa cai, há incentivo à produção e ao consumo, o que estimula o crescimento, mas pode dificultar o controle da inflação. Os bancos ainda consideram fatores como inadimplência e custos operacionais para definir as taxas ao consumidor final.
*Com informações da Agência Brasil




Add Comment