A Coletiva Èmí Wá, grupo de arte e cultura negras reconhecido nacionalmente por sua pesquisa cênica, iniciou em setembro a circulação do espetáculo “Memórias duma Baobá” em sete comunidades quilombolas do Paraná. O projeto, que segue até novembro de 2025, conta com apoio do Governo do Estado do Paraná, Secretaria da Cultura e PNAB, e reúne apresentações teatrais, oficinas formativas e a gravação do podcast “Memórias de Quilombo”.
As apresentações acontecem em espaços de convivência e barracões das comunidades de Adrianópolis, Castro, Lapa, Piraí e Ponta Grossa, garantindo acesso gratuito e democrático à arte e valorizando a memória cultural afro-brasileira.
Além do solo teatral, protagonizado pela atriz Isabel Oliveira, cada localidade recebe a oficina “Memórias de Quilombo”, onde mulheres negras e/ou quilombolas compartilham suas histórias e vivências. Os relatos são gravados e transformados no podcast homônimo, que será distribuído às comunidades e às escolas estaduais, assegurando a preservação dessas memórias.
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“O espetáculo Memórias duma Baobá nasceu a partir do impulso de revisitar minhas memórias afetivas e refletir sobre o que permanece de nós. Como mulher negra, me pergunto constantemente quantas das nossas histórias realmente são compartilhadas e preservadas”, afirma Isabel Oliveira. Ela explica que o projeto também cumpre uma promessa feita à avó, de transformar uma de suas histórias em espetáculo, e que o podcast garante que essas narrativas “ecoem e permaneçam vivas nas vozes dessas mulheres”.

A circulação já passou pelas comunidades quilombolas João Surá e Porto Novo, em Adrianópolis, e segue para outras cidades ao longo de setembro, outubro e novembro, incluindo Ponta Grossa, Lapa, Piraí e Castro. “Nosso objetivo é promover encontros de memória e afeto, valorizando a presença negra nas artes e no Paraná. Queremos que as histórias contadas pelas comunidades ecoem para além de seus territórios”, complementa Isabel.
Sobre a Coletiva Èmí Wá
Fundada em 2019, a Coletiva Èmí Wá é formada por artistas que valorizam as memórias afro-brasileiras e atuam no teatro e em ações formativas que aproximam arte, ancestralidade e comunidade. O espetáculo já recebeu importantes prêmios, como o Prêmio Pretas Potências (2023), e foi reconhecido no 16º Festival de Pinhais e no 1º Festival de São José dos Pinhais. Em 2024, foi selecionado para festivais nacionais, como o 4º Festival de Arte de Mulheres Negras ÌYÁ’S (Salvador – BA), o Festival Satyrianas (SP) e a 3ª Mostra Claudete Pereira Jorge (PR). Em 2025, integra a programação do Festival O Legado na Calçada (SP).
Serviço – Ponta Grossa
Local: Quilombo Santa Cruz
Data: 21 de setembro
Espetáculo: 10h30
Oficina: 11h10
Entrada: Gratuita
*Com informações da Assessoria de Imprensa




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