O número de pessoas à espera de atendimento médico especializado em Ponta Grossa ultrapassou a marca de 62 mil, conforme relatório apresentado pelo gerente de Controle e Avaliação da Fundação Municipal de Saúde, Luciano dos Santos, durante a reunião do Conselho Municipal de Saúde.
Segundo o levantamento, são atualmente 247 filas diferentes entre consultas, exames e terapias. Apenas no mês de maio deste ano, mais de 93 mil novas solicitações foram inseridas no sistema de regulação (SISREG). Embora os agendamentos também tenham aumentado — com mais de 76 mil em maio —, a fila de espera continua crescendo.
Luciano explicou que a demora está ligada, em muitos casos, à falta de especialistas e à complexidade do sistema de regulação. “Temos pacientes aguardando desde 2018, porque naquele período houve descontinuidade de médicos e, logo em seguida, veio a pandemia”, destacou.
A conselheira Renata Moraes afirmou que a solução passa pela capacitação das Unidades Básicas de Saúde para resolver cerca de 80% dos casos. Ela também destacou que o problema não está nos recursos financeiros, mas na dificuldade de contratação de profissionais. “Não é falta de dinheiro. É falta de gente para contratar”, disse.
Casos como o de um exame cardíaco agendado para 2026, mesmo após um infarto, foram apontados como reflexo da desorganização e da ausência de critérios claros nas filas. A conselheira Genecilda relatou estar há três anos aguardando consulta com pneumologista e ortopedista, além de uma cirurgia de bexiga, sem previsão. “Para o SUS, bexiga não é urgência”, ironizou.
Além disso, há preocupação com a falta de transparência nos diferentes sistemas de regulação utilizados — SISREG, CARE e listas internas dos hospitais —, o que, segundo os conselheiros, gera insegurança e confusão entre os usuários.
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