Na reunião ordinária do Conselho Municipal de Saúde (CMS) de Ponta Grossa, realizada no último dia 17, conselheiros demonstraram preocupação com o crescente número de denúncias envolvendo a rede pública de saúde. Segundo relato apresentado pela Comissão de Fiscalização e Denúncia, já são mais de 1.500 registros na Ouvidoria Municipal.
Um dos casos que mais causaram indignação foi o de uma senhora de 83 anos que buscou atendimento médico e, por erro de encaminhamento, foi transferida da UPA para a Santa Casa de maneira inadequada. A paciente acabou retornando à UPA à 1h da manhã, onde permaneceu até as 9h do dia seguinte. “É um descumprimento claro da legislação e um desrespeito com a população. Pessoas com mais de 60 anos, e especialmente aquelas acima de 80, têm prioridade absoluta por lei, e isso está sendo ignorado”, afirmou o conselheiro Antônio Laroca.
O conselheiro Valfredo Laco também criticou a falta de providências em relação aos relatórios elaborados pela comissão, questionando se foram enviados ao Ministério Público ou à Fundação Municipal de Saúde (FMS). “Não adianta fiscalizar se não há consequência prática”, declarou.
Além dos relatos, houve críticas à falta de concursos públicos e à crescente terceirização dos serviços, o que, segundo a conselheira Genecilda Gotardo, enfraquece a estrutura da saúde pública. “O trabalhador não é valorizado. A terceirização está acabando com o SUS”, reforçou.
Diante das denúncias, os conselheiros decidiram intensificar a cobrança por soluções e maior transparência na condução dos fluxos de atendimento, especialmente para os grupos prioritários como idosos e crianças.
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