Segue paralisado o processo para a construção de um condomínio de luxo da construtora CR Almeida próximo ao Lago de Olarias, em Ponta Grossa. O empreendimento, que ameaça 5 mil árvores da região, ainda não recebeu licenciamento ambiental do Instituto Água e Terra (IAT), que aguarda o envio de novos documentos.
Em março, a construtora CR Almeida, responsável pelo empreendimento, havia solicitado o licenciamento ambiental ao IAT para dar início às obras, mas foi negado. Naquele mês, foi estabelecido que a empresa poderia entrar com um pedido de reconsideração da negativa, que foi encaminhado ao setor jurídico do Instituto.
Nesta semana, a equipe do Portal BnT buscou o IAT para entender como estava o processo de análise do licenciamento. O Instituto informou que “aguarda a documentação correta para poder reavaliar” o pedido de reconsideração.
Debate
Em fevereiro, uma audiência pública no Centro de Educação Ambiental (CEA) discutiu o projeto de um condomínio de luxo da CR Almeida, no bairro Olarias, em Ponta Grossa. O projeto foi executado por uma empresa especializada em projetos de engenharias. Porém, o empreendedor e o Ministério Público não compareceram. Diante disso, a advogada Gardênia Mascarelo solicitou uma nova audiência, o que não foi acatado pelo Iplan.
Com isso, o EIV teve tramitação normal e foi avaliado pelo IPLAN. No parecer, em que o Portal BnT teve acesso, o Instituto se mostrou contrário à implantação do empreendimento, enquanto as dúvidas referente aos impactos ambientais não forem sanadas.
“Entendemos que no local existe uma área considerada de mata nativa pertencente ao bioma da Mata Atlântica, e que construções na área causariam um grande dano à biodiversidade. Cabe ao Instituto Água e Terra (IAT) a emissão da Licença de Instalação e Licença de Supressão da vegetação”, diz.
Nesta segunda-feira, uma audiência pública na Câmara Municipal de Ponta Grossa discute a criação de uma Área de Proteção Ambiental do Arroio de Olarias. Saiba mais aqui.

O projeto
O Portal BnT teve acesso ao Estudo de Impacto de Vizinhança (EIV) do condomínio de luxo. Conforme o documento, o empreendimento prevê a ocupação de um terreno de 68.375,25 m², com 28.559,80 m² destinados a lotes residenciais.
Além disso, a construção impactará diretamente 3.6568 hectares de vegetação nativa, representando cerca de 70% da área ocupada. Ao todo, serão suprimidas 5.028 árvores, equivalentes a um volume de 1.441.7374 m³ de madeira.
A CR Almeida, empresa responsável pelo empreendimento garante no documento que terá uma área verde preservada de 18.297,15 m², em conformidade com as normas ambientais. Relembre todos os detalhes do projeto clicando aqui.
A equipe de reportagem tentou contato com a construtora CR Almeida para esclarecimentos sobre o projeto e os impactos ambientais, mas até o momento não obteve retorno.



