O Movimento Global a Gaza, responsável pela Flotilha Global Sumud, denunciou nesta sexta-feira (2) a interceptação de cerca de 50 embarcações por forças navais de Israel, enquanto o grupo tentava levar ajuda humanitária à Faixa de Gaza. Segundo o movimento, 443 ativistas de 47 países foram capturados, incluindo 17 brasileiros.
Entre os detidos estão a deputada federal Luizianne Lins (PT-CE), a vereadora Mariana Conti (PSOL-SP) e o ativista Thiago de Ávila e Silva Oliveira, além de outros nomes confirmados nas redes sociais do movimento.
Acusações de violação do direito internacional
Em comunicado oficial, o Movimento Global a Gaza afirma que não obteve informações sobre o paradeiro dos detidos, nem se serão levados à cidade de Ashdod, em Israel. “Este é um sequestro ilegal, em violação direta ao direito internacional e aos direitos humanos. Interceptar embarcações humanitárias em águas internacionais é um crime de guerra”, diz o texto.
Além disso, o grupo denuncia a falta de acesso à representação jurídica e a tentativa de Israel de ocultar o destino dos ativistas.
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Embarcações em situação incerta
O movimento relatou ainda que algumas embarcações foram impedidas de prosseguir por uma barreira marítima israelense. O navio Mikeno, com bandeira francesa, está sem contato e, segundo dados do sistema AIS (Sistema de Identificação Automático), pode ter entrado em águas territoriais palestinas. Já a embarcação Marinette, com bandeira polonesa, segue em comunicação via Starlink, com seis passageiros a bordo.
Brasil cobra esclarecimentos e condena ação
Na noite de quinta-feira (1º), o Ministério das Relações Exteriores (Itamaraty) se manifestou em defesa dos brasileiros detidos e condenou a operação militar israelense. Em nota, o governo brasileiro reafirmou o princípio da liberdade de navegação em águas internacionais e criticou a violação dos direitos dos ativistas.
“O governo brasileiro deplora a ação militar do governo de Israel, que viola direitos e põe em risco a integridade física de manifestantes em ação pacífica”, diz o comunicado.
O Itamaraty também defendeu o fim imediato das restrições à entrada de ajuda humanitária na Faixa de Gaza e informou que a Embaixada do Brasil em Tel Aviv está prestando assistência consular aos brasileiros detidos, conforme previsto na Convenção de Viena sobre Relações Consulares.




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