Fim de tarde. As meninas vêm na frente. Felizes entregam o bilhete da professora:
– Leia mãe, leia!
Informava sobre a festa junina dali a três semanas.
A tez séria da mãe: traje junino! Não havia um tostão disponível para comprar tecido muito menos para roupa pronta. Olhou para a janela aberta. O vento soprava e fazia voar a cortina, num quadriculado festivo e inspirador… Bingo!
As semanas passaram voando e logo depois do almoço estavam produzidas: cabelos com laços vermelhos, camisetas brancas e saias novas num tecido quadriculado. O vento soprava abundante e nada na janela a esvoaçar…
As saias longas num quadriculado festivo e inspirador fizeram a alegria das meninas, que tempos mais tarde lembraram eufóricas de tudo e pediram para vestir novamente as saias. Não conseguiam entender porque a mãe dizia que as saias não existiam mais. E cada vez que o vento soprava com a janela aberta fazia esvoaçar as duas metades da cortina num tecido quadriculado, festivo e inspirador.
Autoria: Renata Regis Florisbelo
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