Os estados do Paraná, Santa Catarina, Rio Grande do Sul e Mato Grosso do Sul decidiram atuar de forma integrada na busca por melhorias na infraestrutura ferroviária da região. Em reunião realizada na terça-feira (8), em Florianópolis (SC), representantes dos quatro estados definiram a criação de uma comissão oficial para participar do debate nacional sobre a renovação das concessões ferroviárias, com ênfase na Malha Sul. Cada estado indicará seus representantes para a elaboração dos planos de ação.
O secretário de Infraestrutura e Logística do Paraná, Sandro Alex, participou do encontro ao lado dos governadores Jorginho Mello (SC) e Eduardo Leite (RS). De acordo com ele, a atuação em bloco fortalece o diálogo com o governo federal. “Vamos trabalhar em conjunto. O governador Ratinho Junior se reuniu há poucos dias com o ministro dos Transportes, Renan Filho, que também está querendo discutir essa questão. Então há um entendimento de todas as partes para trabalhar pela melhor solução”, afirmou.
Também esteve presente o secretário de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação do Mato Grosso do Sul, Jaime Elias Verruck.
A malha ferroviária tem papel estratégico para o escoamento da produção agrícola no Paraná, que é um dos maiores exportadores de grãos do país, especialmente soja e milho. O Porto de Paranaguá movimenta aproximadamente 70 milhões de toneladas por ano, sendo cerca de 15 milhões transportadas por ferrovias.
“Queremos avançar nessa questão. Já estamos construindo o Moegão, uma obra de mais de R$ 590 milhões, para agilizar o transporte por ferrovias e estamos com a desestatização da Ferroeste em andamento, o que pode gerar novos investimentos no Estado. A união dos estados do Sul e do Mato Grosso do Sul fortalece o projeto de expansão do modal do Paraná”, declarou Sandro Alex.
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A Malha Sul, que inclui o trecho da Serra do Mar no Paraná, é operada pela empresa Rumo Logística, cuja concessão tem validade até 2027. O contrato, que abrange cerca de 2 mil quilômetros de ferrovia, está em discussão quanto à possibilidade de renovação ou lançamento de novo leilão. A atual concessão da Ferroeste, que cobre 248 quilômetros entre Cascavel e Guarapuava, também pode ser inserida nesse processo.
“Nós estamos querendo uma solução. O Paraná tem a quarta maior economia do Brasil e vai defender novos investimentos junto ao governo federal”, completou Alex.
Durante o encontro, foi debatida ainda a situação da concessão nos demais estados. No Rio Grande do Sul, por exemplo, apenas 921 dos 3.823 quilômetros originalmente concedidos estão em operação, após os danos provocados pelas enchentes de 2024. O governador Eduardo Leite defendeu que a Região Sul participe ativamente da definição do novo modelo de concessão. “Não se trata apenas de defender um modal logístico, mas de impedir a desarticulação de uma infraestrutura estratégica para o desenvolvimento regional”, afirmou.
Após a formalização da comissão, os estados pretendem estabelecer uma mesa de diálogo com o governo federal para tratar das concessões e defender os interesses comuns no setor ferroviário.
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