O governo federal está propondo uma mudança significativa no processo de obtenção da Carteira Nacional de Habilitação (CNH): o fim da obrigatoriedade das aulas presenciais em autoescolas para os exames teórico e prático dos Detrans estaduais.
Com a medida, o custo médio para tirar a CNH, que hoje gira em torno de R$ 3,2 mil, poderá ser reduzido em até 80%.
Consulta pública está aberta até o fim de outubro
Na última quinta-feira (2), o Ministério dos Transportes lançou uma consulta pública sobre o novo modelo de formação de condutores. A minuta do projeto está disponível por 30 dias na plataforma Participa + Brasil, e qualquer cidadão pode enviar sugestões.
Após esse período, o texto será analisado pelo Conselho Nacional de Trânsito (Contran).
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Como será tirar a CNH com as novas regras?
Segundo o governo, os exames teórico e prático continuarão obrigatórios. No entanto, os candidatos terão mais liberdade para escolher como se preparar:
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Aulas teóricas poderão ser feitas presencialmente, por ensino a distância (EAD) ou por conteúdo digital da Senatran;
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Não será mais exigida uma carga horária mínima de aulas práticas;
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Candidatos poderão treinar com instrutores autônomos credenciados pelos Detrans ou com CFCs, como preferirem.
Formação mais barata e acessível
A proposta visa tornar a CNH mais acessível, especialmente para as categorias A (moto) e B (carro de passeio). Segundo o Ministério dos Transportes, 20 milhões de brasileiros dirigem hoje sem habilitação, principalmente devido ao alto custo para obter o documento.
Além disso, a medida deve:
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Reduzir a informalidade;
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Ampliar o número de motoristas regularizados;
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Estimular a concorrência e flexibilizar a formação.
Instrutores autônomos e plataformas digitais
O novo modelo prevê a atuação de instrutores autônomos, que passarão por formação digital e credenciamento oficial nos Detrans. Eles serão identificados digitalmente e terão que seguir critérios rigorosos.
Outra inovação é a possibilidade de uso de aplicativos que conectem alunos e instrutores, com agendamento, geolocalização e pagamentos digitais — semelhante aos apps de mobilidade urbana.
Mudanças também nas categorias C, D e E
Para as categorias C (caminhões), D (ônibus) e E (carretas), a proposta é agilizar e desburocratizar o processo, permitindo que autoescolas ou outras entidades autorizadas realizem os serviços de formação.
Modelos semelhantes já são adotados em outros países
De acordo com o Ministério dos Transportes, a proposta se baseia em modelos aplicados em países como:
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Estados Unidos
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Canadá
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Inglaterra
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Japão
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Paraguai
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Uruguai
Nesses locais, o processo de habilitação é mais flexível e centrado na autonomia do cidadão, com foco na avaliação prática das habilidades de direção.
Quem ganha com a mudança?
A principal vantagem é para os brasileiros de baixa renda, que hoje enfrentam dificuldades para pagar pela habilitação. Com a nova proposta, o governo espera:
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Ampliar o acesso à CNH;
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Formalizar a formação de condutores;
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Aumentar a segurança no trânsito, ao reduzir o número de motoristas não habilitados.
Resumo: o que muda na CNH com a nova proposta
| Antes | Proposta do Governo |
|---|---|
| Aulas obrigatórias em autoescola | Aulas presenciais não obrigatórias |
| Carga horária mínima prática (20h) | Carga horária flexível |
| Apenas CFCs podiam formar | Instrutores autônomos credenciados incluídos |
| Ensino majoritariamente presencial | Ensino teórico digital ou EAD |
| Processo centralizado nos Detrans | Plataforma digital integrada via Senatran/CDT |
Participe da consulta pública
Para opinar sobre a proposta, acesse a plataforma Participa + Brasil até o final de outubro. O objetivo é ouvir a população e aprimorar o projeto antes da deliberação final.




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