O deputado estadual Tiego Raimundo dos Santos Silva (MDB-RJ), mais conhecido como TH Joias, foi preso nesta quarta-feira (3) durante a operação Bandeirantes/Zargun, da Força Integrada de Combate ao Crime Organizado no Rio de Janeiro (Ficco-RJ).
A ação foi deflagrada pela Polícia Federal (PF), em conjunto com a Polícia Civil e o Ministério Público do Estado do Rio (MPRJ). O parlamentar foi detido em um condomínio de luxo na Barra da Tijuca, na zona oeste carioca.
Investigação aponta ligação direta com o tráfico
De acordo com as investigações, TH Joias tinha ligação direta com líderes do Comando Vermelho em comunidades como o Complexo do Alemão, Maré e Parada de Lucas.
Ele é acusado de intermediar a compra e venda de fuzis, negociar drogas e fornecer equipamentos antidrones para a facção, dificultando a ação das forças de segurança.
Segundo comunicado da Polícia Civil. “O parlamentar utilizava o mandato para favorecer o crime organizado”.
As apurações também revelaram movimentações financeiras suspeitas e possíveis crimes de lavagem de dinheiro, que envolviam até empresas de fachada.
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Mais de R$ 40 milhões bloqueados
Até as 10h da manhã, 14 pessoas já haviam sido presas. Ao todo, foram expedidos 18 mandados de prisão preventiva e 22 mandados de busca e apreensão pelas Justiças Federal e Estadual.
O Tribunal Regional Federal da 2ª Região determinou ainda:
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sequestro de bens e valores avaliados em R$ 40 milhões;
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afastamento de agentes públicos investigados;
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suspensão de atividades de empresas usadas para lavagem de dinheiro;
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e a transferência emergencial de lideranças do Comando Vermelho para presídios federais de segurança máxima.
Esquema infiltrado na política
Segundo o MPRJ, TH Joias nomeava comparsas para cargos na Assembleia Legislativa do Rio (Alerj) como forma de encobrir as atividades ilícitas e manter influência política.
A divisão do esquema revelada inclui:
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Deputado (TH Joias): intermediava armas e drogas e nomeava aliados na Alerj.
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Traficante: líder financeiro da facção, autorizava pagamentos e aquisições.
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Tesoureiro do tráfico: guardava valores, armazenava drogas e negociava armas.
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Assessor parlamentar: fornecia e testava equipamentos antidrones para a facção.
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Esposa do tesoureiro: nomeada para cargo comissionado na Alerj, atuava como elo entre o tráfico e o Legislativo.
A Polícia Federal ressaltou que a organização criminosa buscava se infiltrar na administração pública para obter impunidade e acesso a informações sigilosas.
Alerj se pronuncia
Em nota, a Alerj informou que tomou conhecimento da operação e acompanhou as diligências no gabinete do deputado por meio de sua Procuradoria, “prestando apoio às autoridades competentes”.
A reportagem da Agência Brasil tentou contato com o gabinete de TH Joias, mas não obteve resposta.
*Texto com informações da Agência Brasil




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