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Denúncias de abuso infantil disparam após vídeo de Felca

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Tânia Rêgo/Agência Brasil
Casos reportados à SaferNet cresceram 114% após Felca expor práticas criminosas que envolvem monetização de conteúdo com crianças e adolescentes
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As denúncias de abuso e exploração sexual infantil na internet aumentaram 114% após a publicação de um vídeo do influenciador e humorista Felipe Bressanim Pereira, conhecido como Felca, que revelou como criadores de conteúdo lucram com a exploração de menores de idade. A informação é da SaferNet Brasil, organização não governamental referência na defesa dos direitos humanos no ambiente digital.

Em seu vídeo — que ultrapassou 38 milhões de visualizações —, Felca denunciou a prática de monetizar conteúdos sexualizados envolvendo crianças e adolescentes, destacando plataformas e estratégias utilizadas por criminosos para burlar a vigilância e alcançar grandes audiências.

Salto nos registros após a denúncia pública

A SaferNet contabilizou 1.651 denúncias únicas entre os dias 6 e 12 de agosto, logo após a publicação do vídeo. No mesmo período de 2024, haviam sido feitas 770 denúncias, configurando um aumento de 114%.

A ONG explica que denúncias únicas são filtradas por sua equipe para remover duplicidades e agregar comentários e evidências antes de serem encaminhadas ao Ministério Público Federal (MPF), responsável legal por investigar os casos.

Segundo o presidente da SaferNet, Thiago Tavares, o impacto do vídeo foi imediato. “Há anos o tema não gerava um debate tão amplo na sociedade. A repercussão motivou milhares de pessoas a denunciar conteúdos criminosos”, afirma.

Leia mais: PF deflagra operações contra abuso sexual infantojuvenil em Ponta Grossa

Telegram, códigos e siglas: os caminhos do crime

O vídeo de Felca também destacou o uso do Telegram como canal de distribuição e venda de material contendo abusos sexuais de crianças, além da linguagem codificada utilizada por grupos criminosos.

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Siglas como “cp” (child porn, que traduz para pornografia infantil) e o uso de emojis e acrônimos são táticas para mascarar conteúdos ilegais e atrair vítimas sem levantar suspeitas.

A SaferNet reforça que não recomenda o uso da expressão “pornografia infantil”, pois o termo naturaliza crimes que envolvem abuso sexual, estupro e exploração de menores, ao reduzir sua gravidade ao conceito de pornografia.

Panorama geral: dados do semestre

A organização também divulgou dados consolidados do primeiro semestre de 2025: 28.344 denúncias de material envolvendo abuso sexual infantil. Em 2024, no mesmo período, foram 23.799 denúncias. O aumento foi de 19% — considerado dentro da média histórica após uma queda de 26% registrada no ano anterior

Ou seja, o aumento registrado após o vídeo viral supera em muito a tendência anual de crescimento, reforçando o poder de mobilização das redes sociais em temas de alta relevância pública.

O trabalho da SaferNet

Fundada em 2005, a SaferNet Brasil completa 20 anos em dezembro como uma das principais entidades do país no combate a crimes digitais e na promoção do uso seguro da internet. A ONG é responsável pelo Canal Nacional de Denúncias, conveniado ao MPF, e pelo serviço Helpline (ajuda.org.br), de apoio a vítimas.

Entre suas iniciativas, destaca-se a Disciplina de Cidadania Digital, projeto educacional voltado à formação crítica de crianças, adolescentes e educadores sobre os riscos e direitos no ambiente online.

About the author

Lincoln Vargas

Lincoln Vargas

Jornalista pela Universidade Estadual de Ponta Grossa, trabalho em diversas frentes da área jornalística, mas com uma paixão especial pelo mundo do esporte. Além de fazer parte da redação do Portal BNT, também atuo como repórter setorista do Operário Ferroviário e repórter freelancer.

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