Com centenas de novas casas previstas para os próximos meses e ações de regularização fundiária, Ponta Grossa dá passos largos no enfrentamento ao déficit habitacional. A política habitacional do Município tem sido a celeridade: acelerar entregas, garantir segurança jurídica e promover acesso a programas sociais para tornar o sonho da casa própria realidade para várias famílias.
Segundo dados disponibilizados pela Companhia de Habitação do Paraná (Cohapar) em 2023, o déficit habitacional de Ponta Grossa esteve em 23.656 unidades, sendo 165 cadastros rurais. Em 2025, conforme dados repassados pela Superintendência de Habitação de Ponta Grossa, o índice da cidade está na faixa dos 3.900 cadastros.
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A redução significativa no déficit é explicada por alguns fatores. Além da limpeza nos cadastros de antigos beneficiários, uma das principais estratégias do Município é o programa Minha Casa Minha Vida (MCMV), como forma de promover o acesso à casa própria para as famílias ponta-grossenses.
A exemplo disso está o Residencial Bem Viver Uvaranas, entregue em julho, com novas 293 casas. O novo empreendimento é fruto de uma parceria parceria da construtora Pacaembu com a Prefeitura de Ponta Grossa; o Governo Federal, por meio do programa MCMV, do Ministério das Cidades, na modalidade FGTS; com a Caixa Econômica Federal; e com o Governo do Estado do Paraná, por meio do programa Casa Fácil.

Já em agosto, a Prefeitura lançou o edital de credenciamento de empresa para elaboração dos projetos para 489 residências pelo MCMV – FAR, destinadas a famílias com renda bruta familiar de até R$ 2850,00. Com a construtora já credenciada, a mesma vai junto à Caixa Econômica Federal apresentar as propostas para obtenção dos recursos via Ministério das Cidades, do Governo Federal. Os valores ultrapassam os R$ 75 milhões.
Em entrevista especial ao BnT Online, João Horst, superintendente de Habitação de Ponta Grossa, explica que o modelo atual de credenciamento promete mais celeridade à implantação das residências em comparação com outras fases.
“Agora a lógica se inverteu. Primeiro, o município habilita as áreas junto à Caixa Econômica, que hoje estão habilitadas para pleitear esse recurso. A gente habilitou no último dia 25 a empresa que se credenciou para trabalhar com Minha Casa Minha Vida. E a partir da aprovação, a gente consegue ir até o governo federal e solicitar esse recurso para implantação das mais de 400 unidades. É o mesmo programa, mas com uma lógica diferente da primeira fase, para dar maior celeridade no processo”, diz.
Veja a estimativa de unidades habitacionais por região:
- Colônia Dona Luíza: 19 unidades no Conjunto Habitacional Araucária; 15 unidades no Jardim Porto Seguro II; e 8 unidades no Jardim Porto Seguro I
- Contorno: 50 unidades no Jardim Dom Bosco; 13 unidades no Jardim Panorama; e 12 unidades no Jardim Itapoá
- Neves: 230 unidades no Parque das Andorinhas; e 13 unidades no Jardim Gianna
- Olarias: 24 unidades no Jardim Veneza
A expectativa é de que em até quatro meses, os contratos já estejam assinados para início das obras.

Segundo a Superintendência de Habitação de Ponta Grossa, 86 unidades pelo programa MCMV, na modalidade FAR, estão em fase de construção por iniciativa municipal. Além disso, mais 100 unidades pelo programa MCMV Entidades, modalidade urbana (50) e rural (50), estão em fase de elaboração de projetos pela União por Moradia Popular de Ponta Grossa – UMPPG e União por Moradia Popular do Paraná UMPPR, respectivamente.
O Portal BnT Online mostrou, em primeira mão, o projeto das 50 casas que integram o Loteamento União Ouro Verde, desenvolvidos pela União por Moradia Popular de Ponta Grossa – UMPPG. Clique aqui e veja mais detalhes.
Elizabeth Schmidt (União) destacou o esforço que tem sido feito para promover o acesso à casa própria para as famílias de Ponta Grossa. “Com muito apoio e trabalho, estamos conquistando muitas casas. Estamos dando muitos passos para tornar realidade a conquista do sonho de muitas famílias, que é ter a sua casa própria”, afirma a prefeita.
Regularização fundiária
Na área de habitação, o Município também trabalha de forma intensiva com a regularização fundiária, em busca de promover o direito de propriedade aos ponta-grossenses. Atualmente, Ponta Grossa conta com quatro frentes de atuação:
- Papel Legal – Superintendência de Habitação
- Minha Casa Legal – Superintendência de Habitação
- Moradia Legal – Parceria Prefeitura de Ponta Grossa, Tribunal de Justiça do Paraná (TJ-PR) e Companhia de Habitação do Paraná (COHAPAR)
- Convênios Cohapar
O Município também conta com auxílio de empresas privadas que protocolam projetos de regularização junto à superintendência. A prioridade da administração segue a mesma: dar celeridade.
“É uma ideia do município acelerar esse processo de regularização fundiária porque muitas dessas áreas já estão ocupadas há 40, 50 anos e nunca foi olhado para a região dessas pessoas. Então o processo de regularização fundiária ela só melhora a situação de vida dessas famílias, propicia uma melhoria digna e, principalmente, a segurança jurídica para dizer que aquele imóvel pertence àquela família”, diz Horst.
Segundo João Horst, a Superintendência de Habitação recebeu em torno de 170 requerimentos de regularização fundiária nos últimos meses.
A regularização é realização de sonhos. Por meio do Papel legal, a diarista Vânia Pereira de Ramos explica que planejava se mudar do bairro Ouro Verde para outra região, mas não era possível, pois o imóvel atual não era regularizado. “Nós ficamos muito felizes. É a realização de um sonho. Faz tempo que a gente queria se mudar. Agora, com a documentação em dia, vamos poder vender nosso imóvel e comprar um novo em outra região”, comemora.

Periferias
Em julho, a Prefeitura anunciou que seria contemplada com R$ 15,4 milhões do Governo Federal para a reurbanização do Parque Andorinhas, por meio do Novo PAC 2025 – Eixo Habitação. Com contrapartida de R$ 800 mil do Município, os recursos são provenientes do Programa Periferia Viva, voltado para a urbanização de periferias e favelas de todo o Brasil.
O vereador Guilherme Mazer (PT), que atuou como um dos articuladores para a conquista dos recursos com o Governo Federal, junto à ministra-chefe da Casa Civil, Gleisi Hoffmann, celebrou a conquista.
“Essa é uma vitória das famílias e de todos os envolvidos no processo – o movimento por moradia MPL, o Judiciário que ajudou na mediação, a Universidade [UEPG], a Secretaria Municipal de Família e Desenvolvimento Social e tantos outros parceiros desse projeto que vai transformar uma ocupação em uma comunidade viva. Essa vitória é do povo”
Camila Sanches, secretária da Família e Desenvolvimento Social, destacou o trabalho realizado para conquistar os recursos e viabilizar o projeto de reurbanização. “Esse não é um trabalho de apenas anunciar o dinheiro. Para conseguirmos esse dinheiro, precisamos de uma equipe técnica da secretaria e da prefeitura. É mais dignidade para nossas famílias ponta-grossenses e mais dignidade para o pessoal do Andorinhas”, diz.
O projeto inclui pavimentação asfáltica das ruas principais e secundárias, instalação de iluminação LED, instalação de redes de água, esgoto e drenagem, além de novos espaços comunitários, praças e locais de convivência.
“Pavimentação, água, esgoto, área de lazer, espaços comunitários e a tão sonhada regularização. Tudo isso graças à união de esforços da Prefeitura e do Governo Federal. Mais do que infraestrutura, estamos garantindo dignidade e segurança para cada família”, celebra Elizabeth Schmidt.

Série Especial
Nesta semana, o Portal BnT Online dá início a uma série especial de reportagens em celebração aos 202 anos de Ponta Grossa, comemorados no próximo dia 15 de setembro. As matérias foram produzidas pelo jornalista Vinicius Sampaio, com base em dados recentes e entrevistas com autoridades municipais, destacando o desenvolvimento e as transformações vividas pela cidade.
Ao longo da semana, os conteúdos servirão como uma prévia da cobertura especial que o Portal BnT Online está preparando para o aniversário da cidade. Clique aqui para saber mais.
Essa série especial e a cobertura dos 202 anos de Ponta Grossa contam com o apoio de empresas e instituições parceiras, que acreditam na força da comunicação regional e contribuem para o fortalecimento do jornalismo local.
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