A deputada estadual Ana Júlia (PT) apresentou nesta semana na Assembleia Legislativa do Paraná (Alep) o projeto de lei nº 620/2025, que cria a Rede Estadual de Cursinhos Populares do Paraná (RECP-PR). A iniciativa busca democratizar o acesso ao ensino superior, oferecendo suporte a cursinhos pré-vestibulares gratuitos voltados para estudantes em situação de vulnerabilidade social.
A proposta está alinhada à mobilização nacional que, no Dia do Estudante (11 de agosto), reuniu mais de 1.000 vereadores jovens em defesa da educação popular. Assim como ocorre em outros estados, a intenção é fortalecer projetos já existentes e garantir que mais jovens tenham condições de ingressar em universidades públicas.
Foco na inclusão social e permanência estudantil
Inspirada no Programa Nacional de Cursinhos Populares (CPOP), regulamentado pelo governo federal, a rede estadual deverá priorizar alunos da escola pública, indígenas, quilombolas, negros, pessoas com deficiência e integrantes do Cadastro Único (CadÚnico). A medida também pretende apoiar estudantes que enfrentam dificuldades financeiras para se preparar para o vestibular e o Enem.
Além de oferecer espaços adequados para as aulas, o projeto prevê auxílio-transporte e alimentação, garantindo a permanência dos alunos durante a preparação. Outro ponto central é a valorização dos educadores populares, com formação continuada e incentivo à promoção de atividades culturais integradas ao ensino.
Integração com universidades estaduais
A deputada Ana Júlia defende que os cursinhos populares sejam vistos como política pública permanente, com articulação entre secretarias estaduais e integração com universidades como a UEPG (Universidade Estadual de Ponta Grossa), referência na região dos Campos Gerais. A expectativa é que essas parcerias aproximem os estudantes da realidade acadêmica e fortaleçam o vínculo com instituições públicas de ensino superior.
Segundo a parlamentar, ampliar a rede é essencial para reduzir desigualdades. Ela afirma que, sem apoio do Estado, muitos jovens de bairros periféricos e cidades do interior, como Ponta Grossa, Telêmaco Borba e Guarapuava, ficam em desvantagem no processo seletivo.
Mobilização nacional fortalece o debate
A tramitação do projeto ocorre em sintonia com iniciativas semelhantes em todo o país. Jovens parlamentares do PT têm protocolado projetos municipais que replicam os benefícios do programa federal, criando redes locais de cursinhos gratuitos. A mobilização evidencia a crescente demanda por educação acessível e inclusiva.
No Paraná, a expectativa é de que a RECP-PR se torne referência regional, atendendo estudantes da capital e também do interior, em cidades de médio porte como Ponta Grossa, que concentra um grande número de vestibulandos. O debate agora segue para análise das comissões permanentes da Alep.
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