A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Crime Organizado, no Senado, aprovou nesta quarta-feira (26) uma série de convites e convocações que ampliam o escopo das investigações. Entre os nomes estão comandantes das Forças Armadas, o diretor da Meta no Brasil, e o ex-deputado estadual do Rio de Janeiro, TH Joias, preso por supostas ligações com o tráfico de armas.
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Forças Armadas no foco da CPI
Foram convidados a prestar esclarecimentos os comandantes da Marinha, almirante de esquadra Marcos Sampaio Olsen, e da Aeronáutica, tenente-brigadeiro do ar Marcelo Kanitz Damasceno, além do comandante militar do Exército na Amazônia, general Luiz Gonzaga Viana Filho.
O pedido foi feito pelo senador Eduardo Girão (Novo-CE), que argumentou que ouvir os militares é fundamental para entender o papel das Forças Armadas na proteção de fronteiras e combate ao tráfico de drogas e armas. “A Força Aérea Brasileira é responsável por fiscalizar, monitorar e, quando necessário, interceptar aeronaves, garantindo a soberania do espaço aéreo nacional”, justificou.
Como se tratam de convites, os militares não são obrigados a comparecer à comissão.
Meta será convocada por suspeita de lucros com crimes digitais
A CPI também aprovou a convocação do diretor-geral da Meta no Brasil, Conrado Leister. A empresa é acusada de permitir, conscientemente, o uso de suas plataformas — como Facebook, Instagram e WhatsApp — para aplicação de golpes, comércio ilegal e financiamento de atividades criminosas.
De acordo com o relator da comissão, senador Alessandro Vieira (MDB-SE), documentos internos da empresa indicam que a Meta obteve US$ 16 bilhões em 2024 com anúncios de conteúdo ilícito. “A empresa teria optado por um modelo de negócios que monetiza o risco, só bloqueando contas quando o algoritmo indicava 95% de certeza de fraude”, apontou o parlamentar.
A CPI quer investigar o volume de dinheiro movimentado por anúncios fraudulentos e entender quais medidas têm sido adotadas pela empresa para combater o problema.
Ex-deputado TH Joias é convocado por suspeita de tráfico de armas
Outro destaque da sessão foi a convocação do ex-deputado estadual Thiego Raimundo dos Santos Silva (MDB-RJ), conhecido como TH Joias, preso preventivamente e indiciado pela Polícia Federal por atuar como intermediador de armas para facções criminosas no Rio de Janeiro.
Segundo o relator, há suspeitas de que o ex-parlamentar usava o comércio de joias como fachada para lavar dinheiro. “O uso de um negócio legítimo para movimentar milhões em nome de facções é central para esta investigação”, declarou Alessandro Vieira.
Autoridades estratégicas também serão ouvidas
Além dos nomes já citados, a CPI aprovou convites para ouvir autoridades de órgãos ligados ao combate ao crime organizado:
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Antônio Fernando Souza Oliveira, diretor-geral da Polícia Rodoviária Federal (PRF);
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Robinson Sakiyama Barreirinhas, secretário especial da Receita Federal;
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Mário Luiz Sarrubbo, secretário Nacional de Segurança Pública;
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Ricardo Andrade Saadi, presidente do Coaf (Conselho de Controle de Atividades Financeiras).
A CPI foi criada após a operação policial no Rio de Janeiro que resultou na morte de 122 pessoas. O objetivo do colegiado é elaborar um diagnóstico sobre o crime organizado no Brasil e propor mudanças legislativas e políticas públicas para combater milícias e facções criminosas.
*Com informações da Agência Brasil




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