O que começou como uma brincadeira entre influenciadores digitais se transformou em um fenômeno que mistura moda, comportamento e controvérsia: o uso de chupetas por adultos virou tendência nas redes sociais e já chegou ao mundo real, especialmente entre jovens adultos em eventos e festas alternativas.
Como começou a febre das chupetas para adultos?
A tendência teria ganhado força nos últimos meses com vídeos virais no TikTok e no Instagram, onde criadores de conteúdo apareciam usando chupetas coloridas como parte de um look “fofo”, “retrô” ou “irônico”. Em alguns casos, a chupeta era usada como acessório em festas com temática rave, inspiradas nos anos 1990 e início dos anos 2000 — quando o objeto já fazia parte da cultura clubber.
Personalidades influentes começaram a popularizar a ideia e, rapidamente, surgiram lojas vendendo modelos específicos para adultos, com design adaptado e até versões personalizadas com glitter, frases engraçadas ou referências da cultura pop.
Por que virou moda?
Especialistas em comportamento apontam que o uso da chupeta, além de visualmente impactante, dialoga com temas como regressão estética, nostalgia infantil e rebeldia comportamental. Para alguns usuários, a prática é uma forma de expressar descontração ou provocar discussões sobre normas sociais.
Além disso, há quem associe o uso ao movimento kidcore, uma estética baseada em elementos da infância reinterpretados por adultos, algo que já aparece na moda, maquiagem e decoração.
O que dizem os críticos?
Apesar da popularidade crescente, a tendência não é unânime. Críticos argumentam que o uso de chupetas por adultos pode ser interpretado como infantilização exagerada ou até como comportamento inadequado em determinados contextos. Também há preocupação sobre normalizar objetos comumente associados à infância, o que pode gerar interpretações equivocadas.
Psicólogos ressaltam, no entanto, que nem todo uso tem cunho psicológico profundo. Muitas vezes, trata-se apenas de uma escolha estética, performática ou de grupo.
Vai durar ou é modinha passageira?
Como boa parte das tendências que nascem nas redes sociais, o sucesso das chupetas para adultos pode ser passageiro. Ainda assim, o fenômeno mostra como o comportamento jovem e as modas virais estão cada vez mais híbridas, mesclando ironia, identidade visual e desejo de pertencimento.
Do ponto de vista psicológico, o uso de objetos infantis por adultos pode ser interpretado como uma forma simbólica de buscar conforto, segurança ou identidade em tempos de incerteza. Segundo especialistas, esse tipo de comportamento não é necessariamente patológico, mas pode refletir uma necessidade de escapismo, comum em gerações expostas à hiperconectividade, pressão social e crises globais. O fenômeno também dialoga com o conceito de regressão emocional controlada, onde elementos da infância são resgatados como forma de aliviar o estresse da vida adulta — uma válvula de escape que, quando utilizada com consciência.
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