A Comissão Especial de Investigação (CEI) da Castração em Ponta Grossa realizou nesta quinta-feira (16) mais uma rodada de oitivas sobre o Pregão 90.025/2025, que terceiriza o atendimento do Centro de Referência para Animais em Risco (CRAR), e o Chamamento Público 1/2025, voltado à contratação de empresas para a castração de animais.
Os trabalhos foram conduzidos pelos vereadores Florenal (Podemos), presidente da CEI; Joce Canto (PP), relatora; e Teka dos Animais (União Brasil), membro da comissão. Durante o dia, foram ouvidos o presidente do Conselho Municipal de Proteção e Defesa dos Animais, Anael Ruccien, e o diretor de Vigilância em Saúde da Fundação Municipal de Saúde (FMS), Cleiber Flores, responsável pelo CRAR.
Irregularidades e falta de estrutura no CRAR
Durante a oitiva, Anael Ruccien apontou irregularidades estruturais e administrativas no centro. Segundo ele, há falta de controle na entrada e saída de medicamentos e carência de pessoal para atendimentos. “As instalações de permanência não são adequadas. O CRAR deveria ser um local de estadia temporária, mas muitos animais acabam ficando lá por longos períodos”, afirmou.
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Anael também explicou que o Conselho acompanhou o período de suspensão das castrações devido ao encerramento de contratos anteriores. “Foi sugerida à gestão uma contratação emergencial, que é prevista em lei, para evitar interrupção no atendimento”, destacou.
Diferença de valores e preocupação com a qualidade
A comissão questionou a diferença de valores entre o Pregão e o credenciamento anterior. O presidente do Conselho justificou que as variações se devem às exigências diferentes em cada contrato. “Mesmo assim, o Conselho vai fiscalizar a qualidade dos serviços prestados”, afirmou.
FMS explica formação de preços e processo licitatório
Na sequência, Cleiber Flores, diretor da FMS, respondeu sobre o plano de trabalho e a formação de preços do pregão. Ele contou que a pesquisa de mercado foi feita entre clínicas de Ponta Grossa e revelou uma grande disparidade nos valores. “Algumas clínicas cobravam até R$ 600, enquanto a empresa vencedora apresentou R$ 190. No serviço público, é preciso prezar pelo menor custo à administração”, disse.
Questionado sobre possíveis vínculos familiares entre as clínicas participantes, Cleiber afirmou não ter conhecimento da informação, mas reconheceu a importância da CEI nesse tipo de apuração.
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Estrutura precária e possíveis melhorias
Os vereadores também demonstraram preocupação quanto à capacidade da empresa contratada para realizar 1.600 castrações por mês diante da atual estrutura do CRAR. Anael ressaltou que o contrato permite benfeitorias no local, mediante autorização da Prefeitura, e que parte dos procedimentos pode ser feita em clínicas parceiras.
“Isso nos preocupa, pois faltam especificações no contrato sobre como esses locais devem atuar”, concluiu o presidente do Conselho.




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