A prisão de Bolsonaro movimentou a manhã deste sábado (22) em Brasília, após determinação do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). A Polícia Federal realizou a detenção preventiva por volta das 6h, em uma medida cautelar que não está relacionada diretamente à condenação por tentativa de golpe de Estado, mas sim ao risco de fuga e à possível obstrução de medidas impostas anteriormente ao ex-presidente.
A decisão foi motivada por uma convocação feita pelo senador Flávio Bolsonaro na noite anterior, pedindo que apoiadores se reunissem em vigília em frente ao condomínio onde o pai cumpria prisão domiciliar. Para o ministro Moraes, a iniciativa indicava risco claro de interferência no cumprimento das determinações judiciais, repetindo padrões que ele classificou como “modus operandi” de uma organização criminosa formada para tumultuar processos legais e obter vantagens pessoais.
Moraes também reforçou que o condomínio onde Bolsonaro estava localizado fica a cerca de 13 quilômetros do Setor de Embaixadas Sul, distância que pode ser percorrida em menos de 15 minutos, o que reforçaria a possibilidade de fuga — especialmente levando em conta que, segundo a investigação, o ex-presidente já teria planejado pedir asilo político à embaixada da Argentina.
Bolsonaro foi levado inicialmente à sede da Polícia Federal e depois encaminhado à Superintendência da PF no Distrito Federal, onde deve permanecer em uma “Sala de Estado”, ambiente reservado a autoridades. A ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro não estava presente no momento da prisão. O ex-presidente passou por exame de corpo de delito conduzido por agentes do Instituto Médico-Legal (IML) dentro da própria sede da PF, para evitar exposição pública.
A defesa de Bolsonaro afirmou que não havia sido notificada oficialmente até as 6h40 e informou que vai recorrer. Na sexta-feira (21), os advogados já tinham solicitado que a pena inicial em regime fechado fosse substituída por prisão domiciliar humanitária, alegando quadro clínico grave e risco à vida caso ele fosse levado ao sistema prisional comum.
Bolsonaro foi condenado pelo STF em setembro a 27 anos e 3 meses de prisão por tentativa de golpe de Estado, mas o caso ainda está em fase de recursos. A prisão deste sábado, porém, é independente desse processo.
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