As reações entre os apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro foram intensas após a recente decisão do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de impor uma tarifa de 50% sobre produtos brasileiros. O clima de comemoração que inicialmente tomou conta do grupo rapidamente se transformou em um sentimento de traição e descontentamento, com alguns integrantes reconhecendo que a situação foi um “tiro no pé”.
Na noite de quarta-feira (9), integrantes da ala bolsonarista convocaram uma reunião emergencial para discutir a controvérsia gerada pela conexão de Eduardo Bolsonaro com o aumento tarifário anunciado por Trump. Eduardo, filho do ex-presidente e conhecido por seu apoio fervoroso ao magnata americano, publicou um vídeo assumindo a responsabilidade pela tarifa e escreveu uma carta junto ao filho do ex-presidente João Figueiredo, parabenizando Trump pela decisão.
Um senador que se identificou como bolsonarista expressou sua indignação, questionando quem apoiaria tal medida e ressaltando o dilema moral entre apoiar ou não o país. “Erro grosseiro, erro gravíssimo. Isso terá um custo significativo para a imagem do nosso grupo”, comentou um aliado próximo à família Bolsonaro.
Além das repercussões políticas, Eduardo Bolsonaro enfrenta complicações jurídicas. Ele está sob investigação por obstrução de Justiça e, segundo avaliações de ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), suas ações durante a gravação do vídeo podem ter configurado um crime. Mesmo aqueles menos ligados ao núcleo duro da família Bolsonaro reconhecem que suas declarações sobre as sanções americanas ao ministro Alexandre de Moraes prejudicaram ainda mais a reputação do grupo.
A pesquisa Nexus também revela que o discurso de apoiadores em defesa da soberania popular ganha força, superando a narrativa que atribui a responsabilidade pela deterioração das relações com os EUA ao ex-presidente Lula. Essa mudança no tom sugere uma nova dinâmica nas discussões políticas internas entre os bolsonaristas e seus opositores.
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