A baixa cobertura vacinal contra a gripe tem contribuído para o aumento de casos graves e internações por doenças respiratórias no Paraná, segundo alerta feito pelo secretário de Estado da Saúde, Beto Preto, nesta sexta-feira (13). Em coletiva de imprensa realizada em Foz do Iguaçu, na região Oeste, o secretário reforçou a importância da imunização, especialmente entre os grupos mais vulneráveis, como crianças, idosos e gestantes.
Um levantamento realizado apenas na região Oeste do Estado evidencia o problema: das 250 crianças internadas no Hospital Municipal de Foz do Iguaçu em 2025 por doenças respiratórias, apenas 18 estavam vacinadas contra a Influenza. “Isso mostra o que estamos enfrentando. A vacina está disponível, mas ainda não chegou a quem mais precisa”, afirmou Beto Preto.
A vacina contra a gripe está disponível em todas as Unidades Básicas de Saúde do Estado. Segundo a Secretaria de Estado da Saúde (Sesa), foram aplicadas 2.590.251 doses até o momento. No entanto, os índices de cobertura vacinal permanecem abaixo da meta de 90%: apenas 35,25% das crianças, 31,76% das gestantes e 47,16% dos idosos foram imunizados.
“A vacina contra a gripe é eficaz. Ela não impede totalmente a infecção, mas reduz a gravidade dos sintomas e a probabilidade de internações e mortes”, destacou o secretário. Ele alertou que o vírus Influenza A tem sido responsável por cerca de 40% dos casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) registrados no Paraná neste ano, enquanto a Covid-19 representa menos de 1%.
Desde o início de 2025, o Estado já contabilizou 12.011 internações por SRAG, com 598 mortes. Entre os casos confirmados, 1.379 foram por Influenza, 560 por Covid-19, 3.043 relacionados a outros vírus respiratórios e 2.096 seguem em investigação.
Beto Preto também chamou atenção para o aumento de internações de crianças pequenas por infecções causadas pelo vírus sincicial respiratório (VSR), que pode evoluir para bronquiolite e exigir tratamento em Unidade de Terapia Intensiva (UTI). Para esse vírus, ainda não há vacina disponível pelo Sistema Único de Saúde (SUS).
“Quanto maior a taxa de vacinação contra a gripe, menor será a pressão sobre os hospitais. Isso libera espaço e agilidade no atendimento de casos graves como a bronquiolite”, completou.
Para enfrentar o aumento dos casos de SRAG, a Sesa publicou uma resolução com orientações aos municípios, incluindo prioridade no atendimento de pacientes com sintomas respiratórios e intensificação da vacinação dos grupos prioritários. Além disso, o Estado autorizou a abertura de 77 novos leitos hospitalares nas regiões Oeste e Norte, que se somam a outros 58 leitos já ativados como parte do plano de contingência.



