Apoiadores organizaram uma motociata pela liberdade de Bolsonaro em várias partes do Brasil. A mobilização começou a se espalhar pelas redes sociais horas após a prisão do ex-presidente, detido pela Polícia Federal na manhã de sábado (22), em Brasília. Grupos de diferentes estados passaram a convocar simpatizantes para atos simultâneos, com motociclistas se reunindo em rodovias, trevos, avenidas e pontos de encontro previamente combinados.
A prisão de Jair Bolsonaro foi determinada pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). A ordem de detenção preventiva foi cumprida por volta das 6h e, segundo o STF, não está diretamente ligada à condenação por tentativa de golpe de Estado, mas ao risco de fuga e de interferência no cumprimento de medidas impostas anteriormente.
A decisão ganhou força após uma convocação feita pelo senador Flávio Bolsonaro na noite anterior, pedindo que apoiadores realizassem vigília em frente ao condomínio onde o ex-presidente cumpria prisão domiciliar. Para Moraes, essa iniciativa indicava um risco concreto de interferência no processo judicial e seguia o mesmo “modus operandi” utilizado anteriormente para gerar tumultos e pressões políticas.
O ministro também destacou a proximidade entre o condomínio e o Setor de Embaixadas Sul, alegando que Bolsonaro poderia tentar buscar asilo político na embaixada da Argentina — hipótese mencionada em trecho da investigação. A curta distância teria facilitado uma possível tentativa de fuga.
Após a prisão, Bolsonaro foi levado inicialmente à sede da Polícia Federal e depois encaminhado à Superintendência da PF no Distrito Federal, onde permanece em uma Sala de Estado — espaço reservado a autoridades. Michelle Bolsonaro não estava presente. O ex-presidente passou por exame de corpo de delito dentro da própria sede da PF para evitar exposição pública.
A defesa afirmou que não havia sido notificada oficialmente até as 6h40 e informou que recorrerá da decisão. Os advogados também solicitaram substituição da pena por prisão domiciliar humanitária, alegando problemas de saúde.
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