O julgamento de Jhonatan Cardoso da Silva, de 27 anos, acusado de matar Renata Santos Lourenço, de 26, grávida de três meses, está acontecendo nesta quinta-feira (9) no Tribunal do Júri de Ponta Grossa.
O caso, que chocou a cidade em agosto de 2024, é tratado como feminicídio qualificado com agravantes.
O Portal BnT Online acompanha ao vivo a movimentação no Fórum Municipal, com entrevistas exclusivas com familiares, amigos e representantes legais da vítima.
Entrevista com o advogado da família
Em entrevista ao BNT, o advogado Helian Kosloski dos Santos, que representa a família de Renata, falou sobre a estratégia de acusação e a expectativa de condenação do réu.
“A estratégia, ela trata-se principalmente do arcabouço probatório que foi produzido. Nós temos muita prova documental produzida, produzida também em urgência de instrução, ou seja, evita-se hoje, no tribunal do júri, ouvir o máximo de pessoas, a fim de que se evite de rememorizar ou revitimizar essa vítima que já há um ano sofre com a perda da Renata”, explicou Helian.
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O advogado reforçou que o caso abala não apenas a família, mas toda a sociedade.
“Toda situação, ela afeta não somente a família, né, mas toda a sociedade brasileira. Então, o crime brutal de feminicídio, ele deve ser rechaçado, deve ser punido, e é o que estamos aqui hoje para fazer”, afirmou.
Helian destacou ainda o sofrimento da filha do casal, Ágatha, de três anos, que presenciou o crime.
“Existia a menor de idade, a Ágatha, filha do casal, que estava presente quando o crime aconteceu, viu sua mãe ser assassinada friamente pelo ex-convivente e também pelo fato da Renata estar grávida. Então, além de tudo, esse crime também gera uma consequência para uma pessoa que não nasceu”, pontuou.
Sobre a guarda da criança, o advogado confirmou que ela permanece com a avó materna.
“Hoje ela permanece, a menor permanece com a avó materna, e assim espera-se que passe o resto da vida também”, disse.
Questionado sobre a expectativa de pena, Helian esclareceu o aspecto legal da condenação:
“Em relação ao ponto de vista processual, nós falamos que o limite legal é de 40 anos para permanência preso, não que a pena não possa ultrapassar isso. A pena possui um mínimo e um máximo, ela é decretada pelo juiz, ou seja, o conselho de sentença, hoje formado por sete pessoas do povo, julgará e condenará o acusado, e aí o juiz realizará a dosimetria de pena, estabelecendo parâmetros entre o mínimo e o máximo, e esse máximo pode ultrapassar 50 anos.”
O advogado concluiu reafirmando sua confiança na Justiça:
“Acredito que sim, espero que sim. O julgamento acontecendo hoje, daqui uma semana, daqui um mês, estaremos aqui para fazer justiça.”
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Relembre o caso e entrevista com amiga da vítima
Renata foi assassinada em 28 de agosto de 2024, dentro da própria residência, na Vila Coronel Cláudio, com golpes de faca no pescoço.
O corpo foi encontrado ao lado da filha do casal, de três anos, que sobreviveu.
Em entrevista ao BNT Online, Fernanda, amiga da vítima, contou que foi a primeira pessoa a encontrar Renata morta.
“Fui eu que achei ela morta no local e vi toda aquela cena dela, a filha dela do lado. Com certeza hoje vai ser um pouco de alívio pra nós, que somos amigos, pra família”, relatou.
Fernanda reforçou o alerta às mulheres para não silenciarem diante da violência.
“Que nenhuma mulher aceite, calado, que ela aceitou porque ela era uma menina muito reservada. E talvez se ela tivesse pedido ajuda, a gente tivesse conseguido ajudar ela de alguma forma.”




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