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Coluna

A superficialidade e a ignorância do ser humano, por Roberto Ferensovicz

Renata Boca no Trombone
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Na última semana o mundo inteiro comentou, inclusive eu e você que esteja lendo essa coluna, sobre os milionários que estavam abordo do Titan o qual faria um tour próximo ao navio Titanic, o qual está nas profundezas do Oceano Pacífico há mais de cem anos.

Entre os comentários que li e ouvi estavam os mais diversos, a maioria indignado com a loucura cometida pelos milionários, que poderiam gastar suas fortunas de várias maneiras sem colocar em risco as suas vidas. Outros assustados com o valor gasto com cada “passagem” (mais de um milhão de reais), realmente, para nós pobres mortais um valor absurdo para um passeio mais absurdo ainda.

Enfim, logo em seguida veio a informação de que todos os tripulantes estavam mortos, mas antes disso “meio mundo” se mobilizou à procura do tal submersível, A Marinha Portuguesa, a Guarda Costeira Canadense, Departamento de Segurança Interna dos EUA, aviões, sonares, drones entre outros equipamentos foram utilizados para rastrear possíveis movimentos do Titan.

Mas…
Uma semana antes um barco que saiu do Egito em direção a Europa com mais de 750 migrantes, naufragou na costa grega, desse total pouco mais de cem pessoas foram resgatadas e não há esperança de encontrar sobreviventes.
Agora deixo a pergunta: quem se preocupou ou leu, ouviu alguma matéria sobre o desaparecimento de mais de quinhentas pessoas em apenas um naufrágio. Em 2022 foram quase 4 mil mortes em naufrágios iguais a este.
Aí vemos que o valor da vida está diretamente relacionado aos valores financeiros.

Se o ser humano é milionário, a vida dele importa, preocupa autoridades, gera notícia… Já ao contrário as mortes viram apenas estatísticas, talvez uma nota rápida nos telejornais, nos portais, quem se importa com as vidas dos migrantes?

Esses dois episódios servem para fazermos uma reflexão sobre o valor da vida, e não precisamos ir muito longe, não são “somente” os migrantes da África que morrem diariamente. Aqui no Brasil Segundo o Ministério da Saúde, em 2017 tivemos 5.653 mortes por desnutrição, lembrando que somos um dos maiores produtores de alimentos do mundo.

No Paraná, o chamado Celeiro do Brasil, neste mesmo ano dados apontam que 187 paranaenses morreram desnutridos, e isso importa? Ao que me parece não, essas mortes não tem repercussão, não geram mídia, likes, compartilhamentos.

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Nos comove e espanta mais a morte de cinco imbecis que correram o risco de morrer (sabendo disso), do que milhares de pessoas que morrem de fome anualmente em nosso próprio país!

Leia também: A castrense Bruninha é convocada pela Seleção para disputar Copa do Mundo Feminina

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Roberto Ferensovicz

Roberto Ferensovicz

Servidor público municipal há 28 anos. Vice-presidente do Sindicato dos Servidores Municipais de Ponta Grossa (SindServ-PG)

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