A Administração-Geral de Aduanas da China (GACC) suspendeu a importação de um lote de 69 mil toneladas de soja brasileira, após detectar a presença de trigo tratado com pesticidas no porão do navio “Shine Ruby”. O produto químico é proibido no mercado chinês e, segundo autoridades locais, representa um risco sanitário inaceitável.
A carga foi classificada como uma infração grave às normas chinesas de segurança alimentar, segundo comunicado enviado ao Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa).
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Cinco unidades de empresas brasileiras estão com exportações suspensas
A medida impacta cinco unidades brasileiras de grandes tradings do setor:
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Cargill (2 unidades em São Paulo)
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Louis Dreyfus (São Paulo)
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CHS Agronegócio (São Paulo)
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3Tentos (Rio Grande do Sul)
Apesar da suspensão, outras plantas das mesmas empresas continuam autorizadas a exportar para o mercado chinês.
China exige medidas corretivas para reabilitação
No comunicado, a GACC destacou que a reabilitação das unidades dependerá de:
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Investigação formal da contaminação sob supervisão do Mapa
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Adoção de medidas corretivas eficazes
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Demonstração de controle sanitário e fitossanitário
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Recomendação do governo brasileiro para nova avaliação chinesa
A autoridade chinesa reforça que o objetivo é proteger a saúde dos consumidores e garantir a qualidade da soja importada.
Reincidência preocupa autoridades chinesas
A GACC lembrou que episódios semelhantes ocorreram entre dezembro de 2024 e janeiro de 2025, quando outras cinco unidades foram suspensas por problemas parecidos. Em abril de 2025, o Brasil apresentou medidas corretivas, mas a nova ocorrência levanta dúvidas sobre a eficácia dos controles sanitários.
Governo brasileiro minimiza impacto e promete apuração
O secretário de Comércio e Relações Internacionais do Mapa, Luís Rua, afirmou que o Brasil está atento à situação, mas pede cautela na avaliação do impacto:
“São cinco estabelecimentos entre dois mil aprovados para exportar soja à China. O Brasil nunca esteve tão bem com o mercado chinês”, disse o secretário.
Rua afirmou que o governo irá convocar as empresas envolvidas para esclarecimentos imediatos e que qualquer questionamento sanitário será tratado com transparência e seriedade.
China lidera importações da soja brasileira
A China é, de longe, o maior comprador da soja do Brasil. Em 2024, o país asiático foi responsável por US$ 31,5 bilhões em compras, o equivalente a 73% das exportações totais do grão. Em 2025, a fatia aumentou para 78%, com movimentação de R$ 31,6 bilhões entre janeiro e outubro.
Empresas não se pronunciaram
A reportagem entrou em contato com Cargill, Louis Dreyfus, CHS Agronegócio e 3Tentos, mas não obteve resposta até o fechamento desta matéria. O espaço segue aberto para manifestações.




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