Uma denúncia de negligência médica e caso de violência obstétrica em Arapoti, que foi formalizado em boletim de ocorrência da Polícia Civil e também no Ministério Público, chegou para a reportagem do Portal Boca no Trombone. O assunto também ganhou repercussão em 2025 após o vereador, Cleyton Dionathas Garcia, realizar denúncia sobre casos na Marternidade do Hospital Municipal 18 de dezembro, depois de outras situações de pressões psicológicas exercidas sobre gestantes para a realização de partos cesáreos. O assunto chegou ser destaque nas últimas sessões na Câmara Municipal.
A reportagem do Portal Boca no Trombone, no dia 29 de agosto, publicou uma matéria falando sobre a denúncia do vereador (relembre aqui). No mesmo dia, a Secretaria Municipal de Saúde, também se manifestou e que até o momento não haviam denúncia (veja aqui).
O BnT teve acesso a denúncia realizada em julho do ano passado, e traz os principais pontos, bem como aguarda um posicionamento do município.
Boletim de ocorrência como omissão de socorro
Registrado inicialmente como boletim de ocorrência registrado e constatado como ‘Omissão de Socorro’ na Polícia Civil no dia 22 de julho deste ano, uma mulher relata que no dia 10 de agosto de 2024, procurou atendimento no Hospital 18 de Dezembro onde se sentia muito mal e uma médica a ignorou. A mulher era uma gestante de alto risco com 31 semanas de gravidez e já estava referenciada para acompanhamento especializado por hipertensão gestacional.
Conforme boletim “naquele dia os sintomas se agravaram: tontura, dor de cabeça, dormencia no corpo, dor na boca do estômago, taquicardia e pressão muita alta. Entrou no consultório chorando muito, acompanhada do seu irmão. Contei tudo o que estava sentido: formigamento, dor intensa na cabeça, bebê muito agitado, sensação que algo estava de errado. O obstetra me orientou que caso sentisse qualquer mal-estar, era para procurar o hospital, apresentar carteirinha carimbada e pedir transferência imediata para um hospital de transferência e que uma doutora ignorou a orientação médica”.
A paciente ainda relata “disse que eu estava exigindo algo que não era possível”. O boletim ainda destaca que “a médica com expressão de deboche sorriu e disse com ironia ‘se ele está mexendo e porque está vivo’. A mulher implorava por medicamento e a médica a classificou como paciente chorosa, com crise de ansiedade, causando confusão no plantão”.
No boletim, o relato aponta que “o obstetra reconhece a situação e imediatamente iniciou a medicação com sulfato de magnésio hidralazina, e determinou a transferência da paciente para a Santa Casa de Ponta Grossa e que o quadro era gravíssimo”. Por fim, a ocorrência apontou que houve negligência médica, omissão de socorro e violência obstétrica.
Ministério Público
A mesma paciente formalizou a denúncia no Ministério Público como ‘negligência médica e violência obstétrica’.
Com o mesmo relato do boletim na Polícia Civil, a paciente também destaca alguns pontos:
Contradição grave entre os profissionais
O proprio prontuario mostra duas realidades completamente diferentes:
- A médica tentando me descredibilizar, escreveu que eu estava com crise de ansiedade, fazendo confusão, chorosa, como se meu sofrimento fosse inventado;
- O obstetra descreve um quadro clínico ravissimo: pressao 200×120, alterações nos exames, bebê em sofrimento, e necessidade de ação imediata.
Pedido de providências
A paciente solicita que o Ministerio Publico, abra inquérito para apurar possível crime de omissão de socorro, negligência médica e violencia obstétrica.
Posicionamento
A reportagem do Portal Boca no Trombone procurou a secretária de saúde, Andréa Cristina da Silva, e aguarda um posicionamento.
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