O poeta Paulo Leminski foi homenageado in memoriam com a Medalha de Mérito Cultural do Paraná, concedida neste sábado (30) pelo Governo do Estado e pela Secretaria de Estado da Cultura (SEEC). A entrega do reconhecimento à família do autor ocorreu durante o Festival Paulo Leminski, em Curitiba, que celebra a vida e a obra do escritor, poeta e letrista.
Criada em 2024, a medalha reconhece nomes que marcaram a cultura paranaense, incluindo pessoas, instituições, projetos e eventos. A homenagem a Leminski foi realizada no mês em que o autor completaria 81 anos, reafirmando a força e atualidade de sua produção artística.
Reconhecimento entregue à família durante o festival
A medalha foi entregue pela secretária de Estado da Cultura, Luciana Casagrande Pereira, à filha do poeta, Áurea Leminski, que preside o Instituto Paulo Leminski e também é diretora-geral do festival. “Esse reconhecimento tem um peso enorme para nós, como família e como Instituto. Vamos carregar essa homenagem como algo precioso e dividimos essa honra com todos que celebram sua trajetória”, declarou Áurea.
O festival teve início em 2023, em comemoração aos 80 anos do poeta, e ganhou força ao reunir nomes consagrados da música e da literatura, além de valorizar talentos locais.
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Festival reúne música, poesia e memória
O Festival Paulo Leminski acontece na Pedreira Paulo Leminski, um espaço simbólico para a cultura paranaense. Entre os destaques da programação estão Lenine, Jards Macalé, Rubia Divino, Janine Mathias, Leo Fressato e o projeto Leminskanções, de Estrela Leminski e Teo Ruiz.
A cada edição, o evento amplia o diálogo entre a obra de Leminski e diferentes expressões artísticas. “Leminski é um nome essencial da literatura brasileira e um ícone da cultura paranaense. Sua criação segue viva, atual e necessária”, destacou a secretária Luciana Casagrande Pereira.
Leminski: vida, obra e influência cultural
Paulo Leminski Filho nasceu em Curitiba, em 24 de agosto de 1944, e faleceu em 1989, aos 44 anos. Filho de pai polonês e mãe com ascendência portuguesa, negra e indígena, o autor se definiu como um “pinheiro que não se transplanta”, em referência à sua identidade curitibana.
Sua trajetória se estende da poesia concreta à prosa experimental, passando por ensaios, traduções e letras de música. Em 1975, lançou “Catatau”, livro de estreia considerado uma obra-chave da literatura brasileira contemporânea. Leminski também participou do I Congresso Brasileiro de Poesia de Vanguarda, em 1963, ao lado dos irmãos Augusto e Haroldo de Campos.
Parcerias musicais e impacto na MPB
Além da literatura, Leminski teve papel relevante na música brasileira. Compôs com Ivo Rodrigues, da banda Blindagem, e teve letras gravadas por artistas como Caetano Veloso, com “Verdura”, Arnaldo Antunes, com “UTI” e “Além alma”, Zélia Duncan, com “Dor Elegante” além de Moraes Moreira, Paulinho Boca de Cantor e Itamar Assumpção.
Sua contribuição à MPB ajudou a consolidar um estilo que mistura poesia com experimentação, crítica e lirismo popular.
*Com informações da Agência Estadual de Notícias




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