Na manhã deste sábado (16), o ex-presidente Jair Bolsonaro deixou pela primeira vez o condomínio fechado onde cumpre prisão domiciliar no Lago Sul, em Brasília, desde o dia 4 de agosto. A saída foi autorizada pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), para a realização de uma série de exames clínicos em um hospital particular da capital federal.
Bolsonaro chegou ao Hospital DF Star por volta das 9h e, até as 11h30, permanecia em atendimento. A autorização judicial estabelece que o ex-presidente deve retornar ao condomínio em até oito horas e apresentar, no prazo de 48 horas, um atestado de comparecimento detalhando os procedimentos realizados.
Exames médicos em hospital particular
De acordo com a defesa, Bolsonaro será submetido a exames de sangue, urina, endoscopia, tomografia computadorizada, ultrassonografia e ecocardiograma. Os advogados justificaram a solicitação ao STF pelo fato de o ex-presidente ter apresentado, nos últimos dias, sintomas de refluxo e soluços persistentes.
O histórico de saúde de Bolsonaro inclui complicações desde o atentado sofrido em 2018, quando levou uma facada durante campanha eleitoral em Juiz de Fora (MG). Desde então, o ex-presidente passou por várias cirurgias na região abdominal e necessita de acompanhamento médico periódico.
Monitoramento eletrônico e acompanhamento da Seap
Mesmo durante a saída autorizada, Bolsonaro permanece monitorado por tornozeleira eletrônica. A Secretaria de Administração Penitenciária do Distrito Federal (Seap-DF) é responsável por acompanhar todo o deslocamento, garantindo o cumprimento das condições da prisão domiciliar.
Segundo a decisão de Alexandre de Moraes, qualquer saída deve ser previamente autorizada e registrada, de modo a assegurar que as medidas cautelares sejam respeitadas.
Prisão domiciliar e investigações em andamento
O ex-presidente cumpre prisão domiciliar desde 4 de agosto, após decisão do STF. Moraes entendeu que Bolsonaro utilizou redes sociais de seus filhos – Eduardo, Flávio e Carlos Bolsonaro – para driblar a proibição de se manifestar virtualmente, inclusive por meio de terceiros.
Além disso, Bolsonaro é investigado por enviar recursos via Pix para custear a estadia de Eduardo Bolsonaro nos Estados Unidos. O deputado federal é alvo de inquérito que apura a tentativa de articulação com o ex-presidente norte-americano Donald Trump para medidas de retaliação contra autoridades brasileiras.
Julgamento marcado para setembro
Atualmente, Bolsonaro também é réu em ação penal sobre a chamada trama golpista. O julgamento no Supremo está marcado para início de setembro, quando os ministros devem avaliar as acusações contra o ex-presidente.
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