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Policial

Bebê morto em PG já era vítima de maus-tratos e negligência dos pais

Bebê morto pelo pai em PG Boca no Trombone Bebê morto pelo pai em PG
Arquivo Pessoal e Portal BnT
“Ele chegava fedendo, com cheiro de cachorro. Não davam banho. A mãe apareceu bêbada para buscá-lo uma vez. Eu denunciei”
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O Portal BnT Online teve acesso a relatos exclusivos que apontam que o bebê de apenas dois meses, morto na madrugada deste sábado (19) no Centro de Ponta Grossa, já vinha sendo vítima de maus-tratos constantes e negligência por parte da própria mãe, além da violência fatal cometida pelo pai — que está preso por homicídio qualificado.

Segundo uma das testemunhas ouvidas pela reportagem, uma senhora que cuidava da criança a pedido da mãe, o bebê sofria com falta de higiene, sinais visíveis de abandono e situação de vulnerabilidade. Ela afirmou que chegou a recusar seguir ajudando a mãe após constatar a gravidade dos maus-tratos. “Ele chegava fedendo, com cheiro de cachorro. Não davam banho. A mãe apareceu bêbada para buscá-lo uma vez. Eu denunciei”, disse.

A denúncia foi feita ao Disque 100 (Ouvidoria Nacional dos Direitos Humanos) no dia 3 de julho. No entanto, não houve qualquer providência até o dia da tragédia. O bebê seguiu vivendo em um ambiente marcado por agressões, descuido e miséria. A testemunha ainda contou que chegou a pedir a guarda da criança, mas o pedido não foi aceito.

De acordo com o boletim oficial, a mãe do bebê procurou ajuda por volta das 4h da madrugada na Base da Guarda Civil Municipal (GCM) no Parque Ambiental, relatando que seu filho estava inconsciente e com o corpo gelado. A equipe do SAMU foi acionada, mas apenas pôde constatar o óbito da criança, que apresentava um hematoma roxo no olho.

A mulher relatou que havia deixado o bebê aos cuidados do pai por volta das 23h da sexta-feira (18). Já às 3h da madrugada, ao tentar amamentá-lo, percebeu que o bebê estava rígido e com hematomas. Ao tentar pedir socorro, foi impedida pelo companheiro, que passou a agredi-la com socos, chutes e até mesmo uma facada na perna. Ela fingiu aceitar a situação até que ele dormisse, pegou o bebê nos braços e pulou o muro da casa para buscar socorro.

A residência onde a família vivia, na Rua Catão Monclaro, foi descrita como um cortiço e foi isolada para o trabalho da Polícia Científica e do Instituto Médico-Legal (IML). O pai do bebê foi preso após tentar agredir os guardas municipais. Inicialmente, ele alegou que a criança teria se engasgado por volta das 18h e que não buscou ajuda por medo.

Mãe segue em liberdade
Apesar do histórico de violência doméstica, negligência e denúncias anteriores, a mãe da criança permanece em liberdade. Os relatos obtidos pelo BnT indicam que ela tinha pleno conhecimento dos riscos que seu filho corria e mesmo assim o deixava sob os cuidados do agressor.

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About the author

Marcos Silva

Marcos Silva

Jornalista associado à Abrajet-PR, formado pela Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG), com MBA em Gestão da Comunicação Empresarial (TUIUTI). Profissional com quase 20 anos de atuação em redações de rádio, jornal e portais de notícia.

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