A assistente técnica da Comissão Especial de Investigação (CEI) do Lixo, Patrícia Tuma Hilgemberg, reagiu após às declarações feitas pelo ex-prefeito e atual deputado estadual Marcelo Rangel (PSD), durante sua oitiva na Câmara Municipal de Ponta Grossa (CMPG). Patrícia foi citada por Rangel, que levantou a possibilidade de conflito de interesse em sua atuação na comissão que apura supostas irregularidades no contrato da coleta de lixo da cidade. Em entrevista exclusiva ao BnT News desta sexta-feira (23), ela classificou a acusação como “infundada” e explicou que sua empresa não tem qualquer habilitação técnica ou legal para participar de licitações públicas, nem em Ponta Grossa, nem em qualquer lugar do Brasil.
“Se olharmos o CNAE da minha empresa, fica claro que ela não é habilitada para participar de licitações públicas. Não tenho os requisitos necessários, nem nunca participei de contratos ligados à gestão de resíduos, seja na esfera municipal, estadual ou federal”, afirmou.
Patrícia ainda explicou que sua participação na CEI se deve ao conhecimento técnico que possui sobre o contrato do lixo, adquirido quando foi secretária municipal de Meio Ambiente, durante a gestão do próprio Marcelo Rangel. “Fui nomeada na época para realizar uma auditoria no contrato nº 189/2008, que trata da gestão dos resíduos. Produzi um relatório técnico recomendando a não renovação, por conta de uma série de inconsistências e problemas identificados. Mesmo assim, o então prefeito decidiu renovar o contrato. Após isso, deixei a vida pública e passei a atuar na iniciativa privada, inclusive fora do país, na área de transição energética”, destacou.
Além disso, Patrícia sugeriu que, se o critério for avaliar eventuais conflitos de interesse, há outros casos que deveriam ser analisados com a mesma rigorosidade “O próprio ex-secretário Paulo Barros, que também atuou na Secretaria de Meio Ambiente, tem empresa, é administrador dela e prestou serviços públicos para o Governo do Paraná. Ele participou diretamente da concepção da usina, assinou projetos, e nem por isso foi questionado”, completou.
Ela reforçou que não tem qualquer intenção de atuar em licitações públicas e que sua colaboração na CEI é exclusivamente técnica e voluntária. “Minha consciência está absolutamente tranquila. Não existe, da minha parte, qualquer tipo de conflito de interesse, seja técnico, ético ou legal”, finalizou.
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